WATCH ME MOVE: STEVEN UNIVERSE E A POTÊNCIA QUEER DA ANIMAÇÃO

Authors

  • Mariana Pitombeira Lage
  • Gabriela Frota Reinaldo

Abstract

Steven Universe é uma série de animação infantil em que os corpos dos personagens são maleáveis: eles esticam, comprimem, encolhem e se transformam, podendo até mesmo fundir-se com outros personagens. Rebecca Sugar, criadora da série, aborda questões queer por múltiplos aspectos em Steven Universe, sejam eles a inclusão de personagens lésbicas, não binários e transgêneros com narrativas que fogem da heteronormatividade, bem como se utiliza da maleabilidade dos corpos para construir um universo queer na série. Este trabalho se propõe a pensar de que modo os corpos plasmáticos em Steven Universe contribuem para que a série rompa com estruturas binárias de gênero, sexo e sexualidade. Mediante pesquisa bibliográfica, parte-se do conceito de plasmaticidade discutido por Sergei Eisenstein e busca-se, através do histórico de desenhos animados abordados por Paul Wells e Sean Griffin, como esses corpos eram retratados, e como a maleabilidade antes tão presente foi dando lugar a um hiper-realismo conservador na animação, que perde sua potencialidade queer. O corpos com capacidades ilimitadas de movimento não são uma novidade em obras animadas, sendo encontrados principalmente nas primeiras décadas de produção desses filmes, desde os primeiros experimentos com desenhos animados, como em Little Nemo (1911) de Windsor McCay, até os curtas animados de Mickey Mouse, de Walt Disney. A partir de autores queer como Richard Miskolci, Guacira Lopes Louro e Judith Butler, entende-se que Rebecca Sugar, ao trazer a plasmaticidade dos corpos para Steven Universe, faz do queer uma parte intrínseca desse universo, onde o corpo queer não é apenas uma possibilidade, mas também uma realidade. Este trabalho trata-se do recorte de uma pesquisa de dissertação dentro do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFC (PPGCom UFC), e conta com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

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Published

2021-01-01

Issue

Section

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação