COMPÓSITO DE GÊNEROS

Abstract

A temática deste trabalho emergiu da necessidade de lançar uma reflexão acerca dos aspectos analíticos para uma nova visão dos conceitos de gênero, de mídia e de suporte dentro da linguística textual, a fim de reconsiderar o conceito de hipergênero. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo propor uma concepção de hipergênero que seja compatível com o programa teórico-metodológico da Linguística Textual e que não contrarie as demais noções da área, do modo como têm sido consideradas pelo grupo Protexto. Para tratar de hipergênero, refletiremos sobre os pressupostos de Adair Bonini, que em seu trabalho (201:681) define o conceito da seguinte maneira: “agrupamento de gêneros para compor uma unidade maior (o hipergênero)”. Tendo em vista que o prefixo "hiper" não traduz exatamente os agrupamentos de gêneros que pretendemos examinar, e que a concepção de hipergênero como um grande enunciado também não condiz com nossos pressupostos, decidimos chamar de compósito de gêneros ao conjunto de gêneros que dividem o mesmo ambiente digital em uma mesma mídia, com os mesmos suportes. Seguiremos as concepções do teórico Bakhtin (1997), o qual fala na ‘transmutação’ dos gêneros e na assimilação de um gênero por outro, possibilitando o surgimento de novos, a fim de observar os gêneros que se modificam no tecnodiscurso (Paveau, 2017). Para atingir o objetivo geral, utilizaremos como embasamento os trabalhos de Bakhtin (1997); Marcuschi (2003); Bonini (2005, 2011); e Cavalcante (2012). Para isso, como recorte dentre os diversos hipergêneros presentes em nossa sociedade, analisaremos a rede social on-line Instagram, para apontarmos em seus mecanismos os critérios analíticos. Os fatores comunicacionais dessa tecnolinguagem vêm conquistando seu espaço na sociedade e direcionando-se para uma modificação de gêneros cada vez maior.