ESTRUTURAÇÃO DE COMUNIDADES E RESPOSTAS FUNCIONAIS DE POPULAÇÕES: DISTÚRBIOS CLIMÁTICOS E ANTROPOGÊNICOS

Abstract

A estrutura da comunidade é resultado de um conjunto de processos que envolvem fatores determinísticos, estocásticos e evolutivos. A importância relativa de cada um desses fatores varia em longo de gradientes abióticos. Através da análise da estrutura filogenética e funcional e da evolução dos traços funcionais é possível inferir quais processos predominam na estruturação de comunidades. Neste estudo, avaliamos comunidades vegetais dispostas ao longo de um gradiente de restrição hídrica com o intuito de entender quais processos estruturam tais comunidades. Para isso, estabelecemos 15 parcelas de 30 x 30 m nas quais realizamos a amostragem da vegetação lenhosa (plantas com diâmetro ao nível do solo maior do que 3 cm). A partir da composição de espécies de cada parcela construímos uma arvore filogenética e calculamos o índice de distância média par-a-par (MPD) dos táxons para analisarmos a estrutura filogenética das comunidades. Encontramos que as comunidades de ambientes com maior restrição hídrica apresentaram menores valores de MPD (de 193.14 a 22.18 Ma) com estrutura agregada ou com tendencia a agregação. Por outro lado, os ambientes de menor restrição hídrica foram mais diversos (MPD médio = 236.32 Ma), tendendo a dispersão filogenética. Com isso, podemos concluir, preliminarmente, que há mudança de maior importância relativa de processos determinísticos (que geram padrões agregados) em comunidades sob maior restrição hídrica para maior importância de processos estocásticos em comunidades sob menor restrição. Agradecimentos ao apoio financeiro do ICMBio, CNPq e FUNCAP e à bolsa do PIBIC/CNPq.