INFLUÊNCIA DO PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO 35% NA RESISTÊNCIA ADESIVA DE BLOCOS DE RESINA COMPOSTA CIMENTADOS SOBRE ESMALTE E DENTINA

Abstract

O clareamento dental é um procedimento frequente em Odontologia, mas pouco se sabe sobre seu efeito na resistência adesiva de resinas compostas. Acredita-se que o oxigênio liberado nas reações químicas durante o clareamento pode inibir a polimerização dos compósitos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do clareamento com peróxido de hidrogênio 35% na resistência de união de resinas compostas cimentadas sobre diferentes substratos dentários (esmalte e dentina) ao longo do tempo (1, 7 e 14 dias). Para tanto, 12 dentes bovinos foram, inicialmente, submetidos a 2 sessões de clareamento. Na sequência, os dentes bovinos foram seccionados/lixados para obter superfícies planas de esmalte (n= 6, Grupo GE) e dentina (n= 6, Grupo GD). Blocos de resina composta (12 x 9 x 3 mm) previamente confeccionados foram cimentados sobre substratos dentários e, na sequência, o conjunto dente/restauração foi submetido a corte para obtenção de palitos com secção transversal de 3 x 3 mm. Ao final, 24 palitos por grupo foram obtidos e divididos aleatoriamente para análise após 1 (n=8), 7 (n=8) e 14 (n=8) dias após o clareamento. A resistência de união foi mensura (N) por meio de ensaio de tração nos diferentes tempos. Os resultados mostraram que a resistência de união foi numericamente maior no esmalte, porém sem diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre os grupos (GE vs. GD) e em cada tempo avaliado (T1, T7 e T14). Por outro lado, análise intragrupo mostrou aumento considerável (p<0,05) na resistência de união em T7 e T14 no GE e somente em T14 no GD, ambos quando comparados a T1. Assim, sugere-se que o clareamento pode interferir na resistência de união de restaurações indiretas, especialmente em substratos dentinários, mas que há uma tendência para o reestabelecimento da resistência adesiva ao longo do tempo.