POTENCIAL CICATRIZANTE DO COLÁGENO DA PELE DE TILÁPIA DO NILO EM ÚLCERAS TRAUMÁTICAS DE MUCOSA JUGAL EM RATOS: AVALIAÇÃO CELULAR, VASCULAR E COLAGÊNESE

Abstract

As úlceras traumáticas (UT) são lesões dolorosas e comuns da mucosa oral, não possuindo protocolo terapêutico bem definido. A pele da tilápia do Nilo (PTN) surge como uma possível alternativa de tratamento, já que mostra melhora na cicatrização de feridas cutâneas em estudos animais e humanos. Assim, o objetivo foi avaliar o perfil celular, vascular e colagênese de UT em mucosa jugal de ratos Wistar tratados com o colágeno extraído da PTN. Os ratos foram divididos em três grupos, sendo tratados por via tópica com orabase sem o colágeno, Oncilom-A em orabase e colágeno a 1% em orabase. As UT foram induzidas em mucosa jugal esquerda, sendo os animais eutanasiados nos dias 1, 5, 10, 15 e 20 após ulceração. A contagem de polimorfonucleares (PMN), mononucleares (MN), fibroblastos/miofibroblastos e vasos sanguíneos (VS), em lâminas histológicas, e da expressão de CD31, através de imunoistoquímica, foram realizados para análise do perfil celular e vascular. A colagênese foi analisada através de coloração por Picrosirius Red. ANOVA-1-way e 2-way/Bonferroni e Kruskal-Wallis/Dunn foram utilizados para análise estatística (GraphPad Prism 5.0®, p<0,05). No 15º dia, o grupo Colágeno mostrou menor número de PMN (5,7±3,9) em relação ao grupo Salina (146,9±26,6) (p=0,0029), e um maior número de VS (36,4±3,0) em relação aos grupos Salina (20,7±3,1) e Oncilom (18,5±3,5) (p<0,05). A expressão de CD31 mostrou-se maior no grupo Colágeno (2,6±0,1) comparado ao grupo Salina (1,9±0,2) (p<0,05). Além disso, o grupo Colágeno apresentou maior deposição de colágeno total, colágeno tipo I e tipo III (17,8±3,0; 9,8±2,1; 8,0±1,3, respectivamente) comparado aos grupos Salina (9,2±2,5; 4,1±1,2; 4,0±1,2, respectivamente) e Oncilom (5,0±0,8; 3,0±0,9; 2,0±0,4, respectivamente), também no 15º dia (p<0,05). Portanto, o colágeno da PTN melhorou a cicatrização de UT por estimular angiogênese e colagênese. Agradecimentos à UFC e ao CNPq pelo fomento realizado a pesquisa.