A EDITORA LIVROS DO BRASIL E A LITERATURA BRASILEIRA EM PORTUGAL (1940-1970)

Abstract

Em janeiro de 1941, no Rio de Janeiro, Sousa Pinto inicia a sua carreira no mundo dos livros com a fundação da editora Livros de Portugal, tendo como sócios Pedro de Andrade e Américo Fraga Lamares (então dono da Livraria Civilização, em Portugal), cuja pretensão foi a de formar um catálogo especializado em literatura moderna portuguesa. Três ano depois, em 1944, o editor lusitano regressa à Portugal para criar a sua segunda e o maior projeto editorial de sua vida: a Editora Livros do Brasil. A segunda casa editorial, como o próprio título dimensiona, consagrou-se no mercado editorial português pela coleção que carregava o título da editora: Coleção Livros do Brasil. Nesse cenário, a presente comunicação objetiva compreender as dinâmicas da circulação das obras de autores brasileiros no sistema literário português a partir dos dispositivos editoriais e da experiência de Sousa Pinto. Para tanto, tomamos como abordagem a História do Livro em suas múltiplas possibilidades, uma vez que, como afirma Nuno Medeiros (2018, p. 192), a “concepção de sistemas-livro fundados em redes complexas de ligação, com produção e circulação de ideias e objectos" deve compreender tanto a materialidade quanto os elementos simbólicos e as subjetividades que formulam o mundo dos livros e a formação dos imaginários coletivos. Assim sendo, pode-se inferir que a Livros do Brasil foi responsável por divulgar a literatura brasileira em Portugal ao longo do século XX, mais especificamente por intermédio da coleção Livros do Brasil, que congregou diversos autores, entre eles José Lins do Rego, Gilberto Freyre, Jorge Amado, Érico Veríssimo e Graciliano Ramos.