ANÁLISE CLÍNICA DE PACIENTES COM COVID-19 EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Abstract

O vírus SarS-Cov-19 (covid-19), proveniente da cidade de Wuhan/ China, atingiu proporções pandêmicas em março de 2020, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os pacientes infectados por SARS-CoV-2 apresentam, geralmente, um quadro clínico variável, de casos assintomáticos a criticamente graves. O espectro da doença pode variar de leves semelhantes à gripe comum, moderados com febre alta, insuficiência respiratória leve e hipóxia leve; e casos graves com insuficiência respiratória grave, intensa hipoxemia e múltiplos trombos, principalmente pulmonares e cerebrais. Em estudos clínicos, os elevados valores séricos de d-dímero, acima de 5000 μg/L, são extremos preditores de doença grave, principalmente tromboembolismo venoso, sepse e câncer (neoplasias). Ainda associado a pior prognóstico, pacientes com diabetes mellitus, asma crônica e DPOC foram associados a maior mortalidade. Devido ao perfil variável de comorbidades associadas à COVID-19, nosso trabalho objetiva analisar o perfil clínico-laboratorial de pacientes graves de uma Unidade de Terapia Intensiva de Fortaleza/CE durante o período de março a setembro de 2020, durante a primeira onda de infecção por Sars-Cov2 no estado do Ceará. Dos 304 pacientes internados, a média de idade foi de 66 anos, dos quais somente 15,5% não possuíam quaisquer comorbidades. 54,7% possuíam hipertensão arterial sistêmica, sendo esta a patologia secundária mais prevalente. Entre outras, 29,0% dos pacientes possuíam diabetes mellitus, 8,5% possuíam pneumopatia crônica, 7,2% eram portadores de dislipidemia e 6,6% eram obesos*. Dos 303 pacientes, 61,7% tiveram alta hospitalar e 0,9% foram transferidos. O uso de ventilação mecânica invasiva esteve presente em 24,4% dos pacientes. A taxa de mortalidade geral foi de 37,6%.