“CULTURAS JUVENIS” NO ESPAÇO ESCOLAR: UM OLHAR ENTORNO DAS REPRESENTAÇÕES, PRÁTICAS SOCIAIS E CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO.

Abstract

O trabalho constitui parte do projeto de doutorado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia, da Universidade Federal do Ceará. Concentrando-se nas áreas de “Sociologia das Juventudes” e “Sociologia da Educação”, o estudo de caráter quali/quantitativo, financiado pela CAPES, objetiva lançar olhar em torno das “culturas juvenis” presentes na comunidade escolar, visando empreender uma leitura interpretativa acerca das redes de sociabilidades, grupos de pertencimento e construções identitárias de jovens estudantes pertencentes à rede pública estadual de ensino médio, no estado do Ceará. Neste viés, entende-se não apenas a presença de uma única e uniforme cultura habitando aí (BARREIRA; BARREIRA, 2009; DAYRELL, 2003; LIMA FILHO, 2014), mas, a constituição de um espaço vivo, dinâmico e multicultural que dá lugar as variadas formas de relações interpessoais, estilos, conflitos e, que atua de modo significativo na criação das subjetividades e no forjamento do “ser social”, algo que vai de encontro ao rompimento daquilo que chamamos de “desinstitucionalização/invisibilidade da condição juvenil” (CAMACHO, 2004). Assim, deseja-se o conhecer e falar do estudante de “carne e “osso”/“sujeito social”. A estratégia metodológica utilizada para a coleta de dados se deu através da observação participante. Como técnicas empreendidas, destacam-se a utilização do diário de campo, aplicação de questionários, registros fotográficos e prática escrita. Dentre alguns resultados observados cita-se: a presença constante de uma cultura de violência expressas por meio do bullying e preconceito; a ocorrência de quadros depressivos e pensamento suicidas entre os estudantes; infrequência escolar e evasão; conflitos provocados pela fase da puberdade; ausência da família com o processo de ensino-aprendizagem; desmotivação estudantil pelo estudo, projetos de vida e problemáticas atuais. Todavia, a criatividade artística dos estudantes apareceu como mecanismo de fala e resistência.