A APLICAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO PARA ANÁLISE DOS CASOS DO COVID-19 NO ANO DE 2020 NA CIDADE DE FORTALEZA, CEARÁ.

Abstract

No final de 2019, um caso se agravou na cidade de Wuhan, China, onde começou como uma pneumonia de etiologia desconhecida, porém, se propagou a uma escala maior, sendo declarada em março de 2020 pela OMS como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. O objetivo deste estudo é apresentar informações sobre como a utilização de ferramentas do geoprocessamento puderam contribuir no entendimento do comportamento desse vírus. O trabalho foi realizado em três etapas, primeiro foi feita uma análise bibliográfica sobre como o vírus se comportava, depois foi realizada a colheita de dados dos casos do COVID-19 nos bairros de Fortaleza, referente a primeira semana epidemiológica em cada trimestre de 2020, descartando o mês de janeiro por não apresentar casos, por fim, na última etapa foi utilizado o software Qgis como ferramenta para as análises e elaboração de mapas a partir do banco de dados fornecidos pelos sites Fortaleza em mapas e o IBGE. A partir dos mapas, foi observado que no primeiro registro de casos pelo boletim epidemiológico de Fortaleza em 2020, apresentou-se em alta nos bairros nobres da região com o número de casos variando de 87 a 238, registro feito na 19ª semana do ano. Após os primeiros aparecimentos, o vírus foi se espalhando de forma crescente, começando a afetar os bairros de IDH mais baixo, atingindo um pico contínuo de diagnósticos entre as semanas 17ª e 19ª, de óbitos entre a 19ª e a 22ª. A partir da 23ª semana teve início uma queda de casos e óbitos em alguns bairros, diferença observada também na última semana analisada, porém apresentando uma variação nos registros ao decorrer do ano. Foi possível observar uma diferença na presença do vírus entre os bairros de Fortaleza, tendo no início um maior enfoque nos bairros nobres da cidade, possivelmente por ter uma grande parcela de deslocamento do exterior para o Brasil, portanto tornando-se frequente nos bairros mais humildes por questões hospitalares mais precárias.