SISTEMA ORTORROMBICO E TETRAGONAL EM GEMAS E SEU IMPACTO NAS PROPRIEDADES ÓPTICAS

Abstract

Os minerais podem ser cristalizar em sete diferentes sistemas cristalográficos, são eles: cúbico, trigonal, tetragonal, hexagonal, ortorrômbico, monoclínico e triclínico. Existem milhares de espécies minerais, mas apenas uma pequena parte (menos de 8%) pode ser utilizada como gema. Quando pertencentes ao sistema trigonal, hexagonal ou tetragonal; estes minerais são classificados como uniaxiais em razão de possuírem um eixo óptico. Ao pertencerem ao sistema ortorrômbico, monoclínico ou triclínico, são classificados como biaxiais em razão de possuírem 2 eixos ópticos. Ambos os 7 sistemas possuem mais características em comum que permite que estes sejam agrupados, por causa das similaridades. Os sistemas tetragonal e ortorrômbico possuem apenas uma diferença em suas leis cristalográficas, porém esta única diferença tem um efeito imenso nas propriedades ópticas. O sistema tetragonal possui o eixo a que é igual a b e é diferente de c; os ângulos alfa, beta e gama são iguais a 90 graus. O sistema ortorrômbico possui o eixo a que é diferente de b e é diferente de c; os ângulos alfa, beta e gama são iguais a 90 graus. Esta aparente insignificante diferença no comprimento dos eixos b acarreta no seguinte: as gemas tetragonais (zircão, rutilo, cassiterita, idocrásio, schelita e etc) possuem um eixo óptico (devido à imensa simetria na região), têm dois índices de refração (um deles é oscilante) e três possíveis figuras de interferência (eixo óptico centrado, não centrado e relâmpago). As gemas ortorrômbicas (olivina, aragonita, topázio, iolita, tanzanita e etc) detêm dois eixos ópticos (inclinados ao eixo c), possuem três índices de refração (dois deles oscilantes) e sete possíveis figuras de interferência (bissetriz aguda centrada, não centrada, bissetriz obtusa, eixo óptico, normal óptica, pendulo e leque). Esta única diferença no sistema cristalino gera diversas características que impactam nas gemas e na sua identificação.