O OBJETO VOZ NA CLÍNICA DO AUTISMO

Autores/as

  • Kemylle Mesquita Brito
  • Luis Achilles Rodrigues Furtado

Resumen

O presente trabalho pretende abordar as implicações da voz para a clínica do autismo. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica baseada nas obras de Freud, no ensino de Lacan e comentadores, bem como foram utilizadas vinhetas clínicas de casos de autismo já publicados, visando ilustrar como tal conceito se presentifica na clínica. Com Freud, a voz é retratada com a experiência do primeiro grito, que servirá para que o bebê trace as primeiras experiências com os objetos externos a ele e com o Outro. Entretanto, a partir do ensino de Lacan, a voz passou a ser verificada como o objeto da pulsão invocante, elemento importante para se pensar as operações primordiais de constituição do sujeito. Portanto, a voz está implicada nas primeiras experiências do sujeito com o Outro, sendo necessário incorporá-la ou alienar-se à esta para que, posteriormente, o sujeito possa separar-se e produzir sua própria voz. Dentro dessa dinâmica invocante, a alienação e a separação são necessárias para a produção da própria assinatura vocal; é um movimento constante para não ficar preso às vozes do Outro. No autismo, o processo de alienação/separação escapa, o que se manifesta em mutismos ou em uma fala sem enunciação e endereçamento. Contudo, consideramos que se tal sujeito se recusa, trata-se de uma escolha deste por silenciar e, portanto, há que se supor que esse sujeito foi marcado pela presença do Outro. É justamente a partir dessa suposição que são encontradas as indicações para condução do tratamento do autismo.

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Publicado

2019-01-01

Número

Sección

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica