A REPRESENTAÇÃO DOS AGUDÁS NOS ROMANCES UM DEFEITO DA COR, DE ANA MARIA GONÇALVES E EM ESCRAVOS, DE KANGNI ALEM

Autores/as

  • Mariana Antonia Santiago Carvalho
  • Yuri Brunello

Resumen

O ano de 1835 é um marco dentro dos movimentos de insurreição de escravos no Brasil. Nesse ano ocorreu o que a historiografia firmou como A Revolta dos Malês - um levante organizado e concretizado por negros libertos e cativos que professavam a fé em Alá em pleno solo baiano. A revolta foi sufocada e os partícipes que foram presos tiveram entre as penas o degredo à África. Os deportados, uma vez fincada morada, estabeleceram-se, principalmente, em Benim, Togo e Nigéria, e fundaram uma nova classe social: os agudás. Estes negros retornados preservaram os nomes, costumes, arquiteturas, culturas tipicamente brasileiras e até a contemporaneidade fazem ritos e festas em sintonia com o Brasil, terra de seus ancestrais. Objetiva-se analisar as personagens retornadas, os agudás, do romance brasileiro Um Defeito da Cor (2007), de Ana Maria Gonçalves e do romance togolês Escravos (2011), de Kangni Alem. Tendo por método comparativo, a fundamentação teórica será em Milton Gurán (2000) e Mônica Lima e Souza (2008) a respeito da historiografia dos deportados e como foi o processo de chegada ao solo africano; e em Cuti (2010) e Zilá Bernd (2014) a respeito do papel da memória nos romances de autoria negra e como essas narrativas de episódios do passado do povo preto estão sendo resgatados com a finalidade de apresentar às novas gerações os feitos protagonizados pelos pretos em prol da sua liberdade. Ao fim, busca-se apresentar um panorama, mesmo que breve, sobre o episódio dos negros degradados/retornados e como a literatura produzida por autores negros o representa. Agradecimento à Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) pelo fomento a esta pesquisa.

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Publicado

2021-01-01

Número

Sección

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação