APROPRIAÇÃO DE DADOS E JORNALISMO NO CE

Resumen

Para esta pesquisa o que nos interessa é compreender o modo como os núcleos de Jornalismo de Dados (JD) têm se apropriado dos dados para produzir conteúdo e se o conteúdo produzido adota a transparência do método jornalístico como regra, e assim contribui para um processo de transparência social. Temos como objeto de estudo os primeiros dois núcleos de dados criados no Ceará, em setembro de 2018, no jornal O Povo e no Sistema Verdes Mares. Para realizar essa discussão iremos utilizar os conceitos de Nascimento (2010), em sua obra “Os novos escribas - O fenômeno do jornalismo sobre investigações no Brasil”, onde o autor distingue “Jornalismo Investigativo” de “Jornalismo Sobre Investigações”, assim como os estadunidenses Bill Kovach e Tom Rosentiel, que em seu livro “Os elementos do Jornalismo” traz uma classificação de jornalismo em relação à investigação e separam as reportagens investigativas em três tipos: originais, interpretativas e sobre investigações. Ambos os autores traçam uma discussão sobre o uso e apropriação de investigações de terceiros no jornalismo investigativo e as implicações disso para o jornalismo. Já categorias desenvolvidas por Vasconcellos, Mancini e Bittencourt (2015), que levam em consideração três dimensões de competências que se espera de uma reportagem de dados também serão adotadas nesta pesquisa, os autores fazem uma distinção entre jornalismo COM dados e jornalismo DE dados, no primeiro caso são reportagens sobre levantamento de terceiros, e a segunda trata de cruzamentos de dados públicos com objetivo de produzir informação nova. Para alcançar os objetivos explicitados, propomos a realização de uma pesquisa quantitativa e qualitativa, com a realização de um estudo de caso múltiplo dos recentes núcleos de Jornalismo de Dados cearenses, também serão feitas entrevistas com os gestores dos veículos e os profissionais que integram os núcleos, além da análise documental da produção online.