NARRATIVAS DE MULHERES ATENDIDAS EM AVALIAÇÃO TERAPÊUTICA: UMA ANÁLISE FEMINISTA

Resumen

Esta proposta de pesquisa parte de uma concepção histórico-cultural relacionada ao desenvolvimento do processo de subjetividade, refletindo-se sobre os modos precarizados sobre os quais se dão as possibilidades para o arranjo psíquico do ser humano, e, mais especificamente, da mulher. Nesse cenário, a Psicologia se insere como um campo de atuação que se propõe, dentre outros aspectos, a repensar modos de subjetivação e promover práticas vinculadas ao acolhimento e suporte, destacando-se, no que diz respeito às perspectivas avaliativas da área, a emergência da Avaliação Terapêutica (AT). Caracterizada como um processo interventivo, colaborativo e semiestruturado, a AT se situa neste trabalho como um espaço à elaboração de narrativas que se produzem por meio das relações sociais, ganhando ênfase, para fins analíticos, as ressonâncias relativas às relações sociais de sexo. Considerando a problemática associada à conexão entre aspectos estruturalmente sociais e o desenvolvimento de subjetividades femininas, este estudo objetiva analisar de que maneira fenômenos desenvolvidos teoricamente pela perspectiva feminista são expressos nas narrativas de mulheres atendidas em Avaliação Terapêutica. Em consonância com a perspectiva teórica adotada, desenha-se uma proposta metodológica alinhada à base materialista histórica e dialética, situada como um método de compreensão sobre a realidade que enxerga a existência dos seres humanos dentro de um contexto histórico e de acordo com as relações materiais existentes. Como participantes, realizou-se análise do material audiovisual relativo a quatro processos de AT, sendo um deles conduzido com uma professora aposentada e os demais relativos a docentes em exercício da profissão. São apresentados dados preliminares referentes aos dois primeiros casos, buscando-se discutir elementos que engendram uma elaboração específica acerca das condições históricas e sociais implicadas na constituição subjetiva de mulheres atendidas em AT.