O FENÔMENO DA DESMUNDANIDADE SEGUNDO ARENDT

Autores/as

  • JosÉ Valdir Teixeira Braga Filho
  • Odilio Alves Aguiar

Resumen

Esta pesquisa consiste numa exposição sobre o conceito de desmundanidade que se apresenta na obra Origens do Totalitarismo (1951) da filósofa Hannah Arendt (1906–1975). Por meio desse conceito, é possível problematizar certos fenômenos da experiência política contemporânea como é o exemplo do campo de concentração. O campo de concentração é um indício de desmundanidade, isto é, ele denota a ausência de um mundo comum, que é o lugar onde a ação e o discurso possuem relevância. Esse trabalho adota uma orientação hermenêutica, por se tratar de um tema relacionado com o âmbito ético, em vez de uma concepção epistemológica. Parte-se da consideração que os fenômenos relacionados de modo direto ou indireto com o totalitarismo consistem numa forma de alienação da vida política. Para Arendt, esse é o caso dos refugiados, que consistem em indivíduos sem garantia de direitos e consequentemente, destituídos de um mundo comum que confere raízes, ou seja, conexão com o espaço em que vivem e com os outros que compartilham esse espaço. O refugiado, por exemplo, é forçado a viver como animal laborans. Um tipo de animal humano que não se interessa pela vida comum e busca apenas atender as suas necessidades impostas pela natureza. Conclui-se que a desmundanidade está relacionada com a perda de raízes ou desenraizamento. O desenraizamento consiste na impossibilidade de povos e indivíduos estarem inseridos num espaço em que a vida seja significativa. Para Arendt, isso significa a impossibilidade de participação ativa na vida política. Por este motivo a perda de raízes, consiste em uma forma radical de alienação que torna os seres humanos supérfluos, tal condição se tornou possível apenas com o surgimento do totalitarismo.

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Publicado

2021-01-01

Número

Sección

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação