O ORIENTE PRÓXIMO NAS CRÔNICAS DE HISTÓRIAS DE QUINZE DIAS
Resumen
Durante os anos de 1876 e 1878, Machado de Assis escrever uma série de crônicas para o periódico Ilustração Brasileira. Nesse ciclo de crônicas, o escritor brasileiro, que assinava sob o pseudônimo Manassés, comentou os diversos acontecimentos jornalísticos nacionais e internacionais. Com a sua verve humorística e sua capacidade para apresentar reflexões sem estabelecer um conflito explícito, Manassés debateu os eventos que aconteciam no que então era conhecido como Império Otomano, atualmente Turquia. As observações acerca da posição geopolítica daquele império, os comentários sobre as mudanças políticas que tomavam forma no império, a guerra com a Rússia e a maneira como todo esse teatro político parecia distante do Brasil, tudo isso revela como o debate acerca das condições políticas nacionais refletiam-se também nas questões mundiais. Desta forma, tradição literária francesa, com a imagética de Victor Hugo, a ampliação de valores liberais sem qualquer reflexão histórica, a forma como o debate europeu tinha paralelo nas questões particulares do Brasil revelam a riqueza literária das crônicas machadianas. Para o presente trabalho, vai-se abordar a questão a partir da leitura do Oriente proposta por Edward Said, o intuito é demonstrar como, apesar de superficialmente a descrição que Machado de Assis faz do Oriente ser aquela a partir (de)formação simbólica do exótico ligado ao diferente, ela não se conforma bem nessa visão de binômio Centro-Periferia. Uma vez que Machado sabe que sua fala parte de um ponto periférico do sistema cultural, as referências intelectuais que utiliza para apresentar e explicar o Oriente servem como metáforas acerca da condição nacional.Descargas
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Publicado
2021-01-01
Número
Sección
XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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