POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO NO CAMPO DA SAÚDE MATERNO-INFANTIL EM VIDAS NO CONTEXTO DE PRECARIEDADE SOCIAL: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DE PESQUISAS REALIZADAS NO INSTITUTO DA PRIMEIRA INFÂNCIA (IPREDE)

Resumen

O presente trabalho se deu a partir de um levantamento bibliográfico de pesquisas realizadas no Instituto da Primeira Infância (IPREDE) nos cinco últimos anos (três dissertações e duas teses), desenvolvidas na linha de pesquisa Teorias e Práticas da Psicanálise do Programa de Pós Graduação em Psicologia da UFC, mudança traçada pelo contexto da pandemia. Assim, a pesquisa buscou elucidar, tendo como base uma investigação teórico-clínica, os possíveis efeitos subjetivos que podem advir da experiência de privação de alimento, experimentada a partir da condição de vulnerabilidade social, condição esta vivenciada pelas famílias que são atendidas na referida instituição. Visando atingir esse objetivo, foram destacados das referidas pesquisas aspectos que permitissem analisar as possíveis implicações da condição de precariedade social para o vínculo mãe-bebê, bem como que possibilitasse a reflexão acerca dos modos de cuidado presentes no campo da saúde materno-infantil em contexto de pobreza. Discorrer acerca de aspectos como desautorização subjetiva, denegação do sofrimento, e da dimensão do trauma se mostrou fundamental para compreender os possíveis efeitos da exclusão social para a constituição psíquica das crianças e para a díade mãe-bebê, apontando prováveis impasses no estabelecimento da demanda por parte da criança. Acerca do cuidado clínico, se mostra imprescindível a construção de modos de cuidado que promovam escuta e visibilidade a essa população, contribuindo para uma apropriação de sua condição de sujeito, de modo a romper com formas de silenciamento comumente dispensadas a crianças e mães em situações de pobreza e vulnerabilidades sociais e discursivas. A pesquisa foi realizada com apoio do PIBIC/CNPq.