A INDÚSTRIA CULTURAL COMO ATROFIA DA IMAGINAÇÃO: UMA REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PEDAGOGOS

Resumen

Atualmente, tem crescido o debate sobre a criatividade e a proatividade dos profissionais da educação, principalmente os professores pedagogos, pois atuam diretamente na formação de crianças. Por isso, é necessária uma reflexão sobre como acontece a formação desses profissionais e o que pode ser feito para que ela seja direcionada para o uso da razão de forma abrangente e que possibilite o pleno uso de suas capacidades. Para o filósofo Theodor Adorno, a indústria cultural padronizou os bens culturais e os transformou em mercadorias cuja principal finalidade é o lucro. Assim, o uso da razão humana foi também condicionado a essa padronização, o que ocasiona uma atrofia da imaginação, visto que inibe a atividade intelectual dos consumidores através dos efeitos utilizados na produção da obra. Os consumidores ficam tão envolvidos com esses efeitos que não refletem sobre o que estão vendo e/ou ouvindo. Tomando essas considerações, o objetivo deste trabalho é dissertar sobre a questão da semiformação e, consequentemente, a atrofia da imaginação, disseminada pela indústria cultural e pela falta de esclarecimento, apontando a necessidade de ter no Curso de Pedagogia elementos teóricos que proporcionem o esclarecimento e uma reflexão acerca dessa problematização. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com referencial teórico baseado no pensamento de Adorno, aplicação e análise de questionários com graduandos do Curso de Pedagogia. Como resultado parcial, pode-se perceber que a formação de professores pedagogos carece de um enfoque teórico e prático mais voltado para questões discursivas como: indústria cultural, semiformação, autonomia, etc., visando uma atuação educativa mais reflexiva, esclarecida e autônoma. Conclui-se que o pensamento de Adorno possui elementos que podem contribuir para a aquisição dessa educação, para que os professores formados sejam multiplicadores dos seus futuros alunos. Agradecimentos a CAPES pelo suporte financeiro recebido na bolsa de Mestrado.