ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DA HIDRALAZINA SOBRE CEPAS DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS

Resumen

Staphylococcus aureus é responsável por infeções adquiridas na comunidade ou hospitalar, sendo agentes de diversas infecções de pele, tecidos, sanguíneas ou dispositivos médicos. A aquisição de gene mecA torna essa bactéria resistente a diversos tratamentos, como os β-lactâmicos, sendo classificada em resistente a meticilina (MRSA) ou sensível. As cepas de MRSA são responsáveis por elevadas taxas de mortalidade, principalmente em pacientes em ventilação mecânica. A capacidade de formar biofilmes causando infecções mais graves e de difícil tratamento e a resistência a muitos antibióticos torna urgente o desenvolvimento de novos antimicrobianos. O reposicionamento de fármacos é uma alternativa no desenvolvimento de novos medicamentos pela molécula já ser conhecida, economizando tempo e recursos. A hidralazina é anti-hipertensivo vasodilatador aprovada para uso no Brasil desde a década de 1950. Atualmente tem sido estudada acerca de seu potencial mutagênico e não existem dados na literatura sobre seu potencial antimicrobiano. Esse estudo tem o objetivo de avaliar a capacidade da hidralazina de inibir o crescimento de cepas clínicas de Staphylococcus aureus. Foram utilizadas 6 cepas clínicas de Staphylococcus aureus isoladas de amostras de sangue. Foi determinada a concentração inibitória mínima (CIM) através de ensaios de microdiluição em caldo segundo o protocolo M07-A10 do CLSI. Foram utilizadas placas de elisa e meio caldo Mueller-Hinton cátion ajustado adicionado de 2% de NaCl. A concentração de hidralazina variou entre 2 a 512µg/mL e a leitura foi visual. Após 20h de incubação a hidralazina inibiu 100% do crescimento bacteriano para todas as cepas testadas na CIM de 250 µg/mL. Os ensaios foram realizados em triplica. A hidralazina tem potencial para o tratamento de infecções causadas por S. aureus e por isso são necessários mais estudos para investigar seu potencial de ação.