FEMINISMO E CONSUMO CULTURAL: É POSSÍVEL DIALOGAR COM AS IDENTIDADES DE JOVENS ESTUDANTES PERIFÉRICAS A PARTIR DOS OBJETOS DA INDÚSTRIA CULTURAL?

Resumen

Este trabalho busca investigar como o feminismo, a partir de práticas de consumo cultural, dialoga com os processos identitários de jovens estudantes de três escolas públicas situadas nas periferias de Maracanaú e Fortaleza no Ceará. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que, considerando o seu caráter inicial, realiza um levantamento bibliográfico em torno de quatro categorias sociológicas: Juventudes (ABRAMO, 1997; PAIS, 1990), Identidades (HALL, 2001; SILVA, 2014) Consumo Cultural (ADORNO; HORKHEIMER, 1985) e Feminismo (HOOKS, 2019; PISCITELLI, 2009). Para discutir a temática temos como objetivo geral compreender como filmes, séries e documentários, enquanto práticas de consumo cultural, com abordagens feministas se relacionam com as experiências identitárias de jovens estudantes periféricas. Observações preliminares mostram que produções cinematográficas com abordagens feministas são parte das práticas de consumo cultural das juventudes periféricas, permitindo traçar um diálogo multidimensional com seus processos de construção identitária. Reconhecemos que uma destas dimensões aponta para os limites mercadológicos das produções simbólicas, na medida em que discutem as questões identitárias, o feminismo por exemplo, dentro dos limites daquilo que são, isto é, produções comerciais; o que fragiliza seu potencial emancipatório identitário, por assim dizer. Todavia, ainda assim, observamos nestas práticas culturais elementos que podem funcionar didaticamente como reveladores das desigualdades de gênero no mundo contemporâneo. Para a realização deste trabalho partimos da seguinte hipótese básica: as produções cinematográficas, quando partem de perspectivas feministas, possibilitam construir diálogos, ainda que limitados pelo caráter comercial da indústria cultural, com os processos identitários de jovens estudantes periféricas. Por fim, agradecemos à Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) pelo financiamento da bolsa de estudo.