OLHOS QUE TRANSFIGURAM: REFLEXÃO SOBRE RACISMO E AUTOESTIMA DO NEGRO NO ROMANCE O OLHO MAIS AZUL, DE TONI MORRISON.

Autores/as

  • Rayane Silva Barros
  • Atilio Bergamini Junior

Resumen

“Toda noite, sem falta, ela rezava para ter olhos azuis. Fazia um ano que rezava fervorosamente” (MORRISON, 2019). Publicado em 1970, o romance O olho mais azul, da escritora norte-americana Toni Morrison, narra momentos da vida de Pecola Breedlove, menina negra que deseja desvendar o segreda da “feiura” que a faz ser desprezada por todos. Com uma família desestruturada, sem amigos na escola, ignorada pelos professores, tudo que Pecola mais anseia é ter olhos azuis para que possa, enfim, ter sua existência reconhecida; mas os olhos, os muitos olhos que a cercam não enxergam para além do preconceito racial. Os seus traços raciais, como sua cor de pele e seu cabelo crespo, a definiram na sociedade como ser inferior. Para essa investigação, sobre a questão da autoestima e a aversão que a personagem Pecola Breedlove sente por si mesma, narradas no romance de Toni Morrison, pesquisaremos comentários e ensaios da própria escritora sobre o processo de construção da narrativa e suas percepções sobre autoestima. Usaremos o posfácio do livro O olho mais azul, e algumas produções ensaísticas de Toni Morrison. Para dialogar com nosso assunto, traremos o escrito da psicanalista Neusa Santos de Souza, Tornar-se negro, considerando suas discussões a respeito da subjetividade e do "ideal do ego" nas pessoas negras. Também consideramos as conclusões trazidas pela psicanalista a partir de estudos de caso, revelando massacres contra a identidade e a autoestima sofridos pelos negros em uma sociedade racista. Com a análise literária do romance O olho mais azul, tentando esmiuçar a relação de Pecola Breedlove consigo mesma, pretendemos compreender como Toni Morrison construiu literariamente uma crítica ao racismo. Trilhamos a postulação feita por Morrison de que este romance tenta tocar a chaga do desdém de origem social que a pessoa sente por si. O presente trabalho foi desenvolvido durante o período como bolsista de iniciação à docência (PID).

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Publicado

2022-01-01

Número

Sección

XXXI Encontro de Iniciação à Docência