A DISPUTA NARRATIVA NA "ARTE AIDS"
Abstract
A narrativa está sempre vinculada à experiência humana inscrita no tempo. Sujeitos são construídos e constroem narrativas. Para Foucault, o sujeito é construído por discursos de poder, dispositivos. O autor estabelece que discurso não é a maneira como falamos simplesmente, mas nossos silêncios, a maneira como agimos. Nisso incluem-se os discursos sobre a doença e saúde, em que os saberes da ciência médica possuem uma capacidade de gerenciar sujeitos, corpos, desejos e ações. Tal qual Foucault, Deleuze mostra como processos de rupturas e resistências são capturados pela sociedade de Controle. Assim, é possível pensar nas disputas narrativas dentro das relações de poder. A aids, doença que foi investida de múltiplos saberes, formou sujeitos. Tais sujeitos promovem narrativas sobre si, há assim uma disputa narrativa com o saber poder médico, incluindo a arte. Diversos artistas e coletivos se assumiram hiv+, produzindo obras e ações para visibilizar a vida e não a morte em torno da doença. Se em 1987, na cidade de Nova York, o ActUp, com Keith Haring surgia com a ideia de romper com o silêncio, como na famosa obra “Silence= Death”, hoje o que se ve, no Brasil, são novas narrativas sobre a doença (mesmo que com a permanência de alguns símbolos), no arthivismo de Adriana Berti, o coletivo Contágio, a Loka de Efavirenz e Micaela Cyrino. Dessa forma, o que se buscou neste artigo foi percorrer as mudanças e continuidades no discurso que atravessam a construção da arte por meio das narrativas destes sujeitos atingidos pela doença. Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão da Bolsa do Programa de Cotas na modalidade Doutorado que possibilitou a realização desse estudo.Downloads
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2021-01-01
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Section
XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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