AS SENHORAS E SENHORES E TERRAS: AS RELAÇÕES DE GÊNERO NA CONSTRUÇÃO DE REDES DE PODER NA CAPITANIA DO SIARÁ GRANDE (1679-1824)

Autores

  • Leiliane Kecia Magalhaes
  • Ana Rita Fonteles Duarte

Resumo

O uso do Gênero no período colonial brasileiro não se restringe aos aspectos familiares, está relacionado principalmente aos aspectos econômicos e políticos, onde mulheres e homens criam estratégias para alcançarem as melhores condições de obtenção e manutenção de poder, dentre as quais a ação de solicitar terras a Coroa Portuguesa, uma vez que as mesmas eram doadas pelo Rei sob algumas condições, regidas pelo Sistema Sesmarial, que perdurou até 1824. A partir da análise de documentos oficiais, como as Cartas de Sesmarias - os quais permitem visualizar a mulher no período colonial para além do estereótipo de reclusa - prescrutar as relações entre os diversos sujeitos envolvidos na efetiva ocupação da vertente do Norte, na capitania do Siará Grande. Tendo como base os Estudos de Gênero pela compreensão que homens e mulheres, mulheres e mulheres, estão interligados através de relações de interesses múltiplos, constituindo intricadas redes de poder e, por meio da historiografia colonial, relacionar as barreiras existentes nesse espaço de ocupação tardia com as estratégias utilizadas não só por homens, como por mulheres, no intuito de tornarem-se senhoras e senhores de terras. Foram identificadas 171 mulheres que solicitaram terras na capitania do Siará Grande, foram pedidos realizados com outras mulheres, com outros homens, ou de forma individual, eram mulheres solteiras, casadas, viúvas, brancas e mulatas, com muitas posses que acionaram a justiça, ou aliados, num ambiente de disputas, para fazer valer os seus interesses e que contribuíram direta ou indiretamente com o projeto português, promovendo a ocupação efetiva dessa região pouco atrativa frente as terras do litoral brasileiro.

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Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação