CONTEXTOS E DESENQUADRAMENTOS DAS HISTORIOGRAFIAS OFICIAS DA DANÇA CÊNICA E OURAS NARRATIVAS DE RESISTÊNCIA

Autores

  • Conceicao de Maria Macau Mendes
  • Leandro Santos Bulhoes de Jesus

Resumo

Proponho aqui acompanhar alguns rastros de uma historiografia fragmentada da dança brasileira, mais precisamente compreender terrenos em que emergem a figura do solipsista, do intérprete-criador e seus regimes de criação. A fim de reconhecer os contextos históricos em que o intérprete-criador negro ganha destaque na dança contemporânea brasileira; de levantar questões acerca dos lugares de legitimação de um circuito “oficial” de dança e apontar para cenários e fazeres subalternizados como possíveis circuitos contra hegemônicos. Assim, encontro as reflexões acerca dos esquecimentos e fragmentações entre outros aspectos da prática historiográfica da dança brasileira, como por exemplo a carência de produções bibliográficas nessa área (SILVA, 2012). Os questionamentos sobre a área de produção de pensamento em dança, que dialoga em sua maioria com demandas hegemônicas, e a observação de um corpo que se constrói em diáspora (SILVA, 2017) serão temas também considerados. Há relações possíveis com as questões que envolvem o discurso público e o oculto que atravessam as pretensas histórias oficiais (SCOTT, 2013); e ainda com o fim e o desenquadramento da história da arte, proposto por Belting (2006). Este resumo se configura como um dos primeiros passos da pesquisa Dance a cena (tá) preta: a relação entre dança e ancestralidade nos processos de formação e criação de intérpretes criadoras(es) negras(os) do Nordeste (2010 – 2020), e objetiva apontar para algumas formas de dominação aparentes nos processos historiográficos ocidentais da dança. Nesta, brevemente apresento alguns dados levantados por uma pesquisa de campo ainda em andamento, relacionada aos modos como criadores negros têm chamado seus modos criativos. Antecipo que o interesse desta pesquisa não é se ater às estruturas de dominação, e sim anunciar terrenos nos quais discursos ocultos em dança se estruturam e constituem resistências.

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Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação