DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO DO NEXUS ÁGUA-ENERGIA-ALIMENTO EM COMUNIDADES RURAIS E RIBEIRINHAS NA AMAZÔNIA ORIENTAL

Resumo

O conceito nexus é aplicado em muitos contextos globais para gerar entendimentos sobre as relações entre os setores água, alimento e energia e para aprimorar as investigações que procuram melhorar as condições de vida das comunidades marginalizadas. Os estudos sobre o nexus são incipientes e alicerçados a partir de metodologias majoritariamente quantitativas ‘de cima para baixo’, utilizando-se de uma escala nacional, com poucos exemplos de abordagens participativas e colaborativas. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é compreender de forma integrada e participativa o nexus água-alimento-energia a partir de abordagens ‘de baixo para cima’, contribuindo também para o alcance das metas e dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Assim, foram aplicadas metodologias quanti-qualitativas para determinar o nexus de comunidades rurais e ribeirinhas do Nordeste Paraense, a comunidade da Ponta do Urumajó, localizada no município de Augusto Corrêa e a comunidade de Arimbu, localizada no município de Bragança. Os procedimentos técnico-metodológicos utilizados no desenvolvimento da pesquisa foram: (i) Metodologia FOFA (SWOT) juntamente com atividades de extensão universitária; (ii) Espacialização dos resultados da Matriz FOFA a partir dos princípios da Cartografia Social; e (iii) Análise da subjetividade dos gestores comunitários em relação ao nexus pelo Método Q. A partir do diagnóstico das seguranças e inseguranças hídrica, alimentar e energética, é notado preliminarmente que ambas as comunidades entendem o funcionamento do nexus em nível comunitário e que se é destacado principalmente a segurança alimentar dentro do seu contexto nexus, pois se trata de comunidades de agricultores e pescadores de subsistência. Portanto, este trabalho expõe lacunas relevantes ao Nexo Pará, onde tais estudos ainda permanecem ausentes, abordando o nexus de forma holística em sua tríade água-alimento-energia, a partir de uma abordagem participativa, integrativa e ‘de baixo para cima’.