MULHERES E AFETIVIDADES EM APLICATIVOS DE ENCONTRO: A “SENSAÇÃO DE PODER” NO TINDER.

Autores

  • Clara da Silva Soares
  • Geisa Mattos de Araujo Lima

Resumo

Como funciona nos aplicativos de encontro a escolha do (a) parceiro (a) ideal? Como mulheres entre 18 e 24 anos têm selecionado seus parceiros? Ou para usar a linguagem do aplicativo (App) Tinder, como se chega ao match? Essas são algumas das questões que este trabalho busca discutir. A partir de etnografia digital realizada no aplicativo de relacionamentos Tinder desde abril de 2020 juntamente com conversas que foram estabelecidas com 15 mulheres do aplicativo é que este estudo tornou-se possível. A procura por parceiros online no Brasil experimentou uma crescente popularização a partir do ano de 2010 quando o mercado do afeto virtual (JARDIM, 2009) ganha proporções significativas a partir de 3 variáveis: políticas de inclusão social, redução de preço nos celulares e a chegada em 2012 do Tinder em suas versões pagas e gratuitas no país. Atualmente, a prática de buscar alguém online tornou-se bastante comum, sendo o Tinder o aplicativo mais baixado e utilizado. Apesar das mulheres da pesquisa conhecerem outros Apps, elas afirmam preferirem o Tinder por ser o mais conhecido o que acaba por agregar mais pessoas, tornando as opções mais diversas. Em meio a tantas opções, tais mulheres experimentam o que uma delas chamou por “sensação de poder” que se vivencia no ato da escolha. Tal escolha leva a selecionar e descartar determinados perfis. As mulheres, em geral, não mencionam a beleza como algo determinante – mas perfis sem fotos são descartados – sendo levado bastante em consideração o que está escrito em um pequeno espaço destinado a escrever algo sobre si. Com o match – quando se é escolhido por quem se escolheu – parte-se para a conversa no próprio App em que se constatará, a partir de troca de mensagens, se vale à pena encontrar aquela pessoa. Finalmente, as mulheres dessa pesquisa apresentam-se como muito “seletivas”, apesar de serem jovens mulheres, alegam que seus relacionamentos anteriores a fizeram pensar sobre quais comportamentos são aceitáveis ou não.

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Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação