O TRAUMÁTICO COMO UM PROBLEMA PARA A REPRESENTAÇÃO: UMA DISCUSSÃO PSICANALÍTICA

Autores

  • Samanta Basso
  • Karla Patricia Holanda Martins

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre os conceitos psicanalíticos de trauma e representação. Tem-se as obras de Sigmund Freud e Sándor Ferenczi, como basilares dessa discussão, assim como a de psicanalistas contemporâneos. A discussão sobre o modo como as experiências traumáticas se constituem como problema para a representação de tais experiências surge como parte constitutiva de uma pesquisa de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará, que destaca - a partir da interlocução da literatura com a psicanálise - questões relativas à dimensão traumática da fome. Na perspectiva freudiana, o trauma é entendido como sendo da ordem do “sem sentido” e pode ser abordado, conforme Ana Maria Rudge, em suas dimensões estrutural e contingencial. Na primeira, o trauma é um conceito transversal à própria acepção da psicopatologia psicanalítica já que faz parte da constituição do psiquismo. No segundo caso, por sua vez, refere-se a um acontecimento que gera efeitos de irrupções que incidem no psiquismo. Considera-se que as duas acepções de trauma tencionam a noção representacional proposta por Freud no seu primeiro modelo de aparelho psíquico; todavia, a concepção de figurabilidade, também proposta por Freud, talvez possa situar uma forma captável da dimensão irrepresentável do trauma. Portanto, compreende-se que o traumático, fora da rede de representações, encontra na figurabilidade sua forma de presentificação. Esta pesquisa conta com o auxílio de Bolsa CAPES/DS.

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Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XIII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação