PRESSÕES SOCIOAMBIENTAIS DERIVADAS DO FENÔMENO DO KITESURF NA ZONA COSTEIRA DO ESTADO DO CEARÁ

Resumo

A difusão de esportes náuticos radicais é crescente em escala mundial, contando com diferentes modalidades e equipamentos na sua prática, a exemplo do: Windsurf, Kitesurf, Wakeboard, Bodyboard, Rafting e Waveski. A realização de campeonatos mundiais de esportes aquáticos incentiva o surgimento e crescimento de roteiros turísticos-esportivos para o exercício dessas modalidades, assim, inserido nesse contexto, o nordeste brasileiro, e em destaque o Ceará, vem consolidando-se entre os destinos ideais na prática de kitesurf. A Secretaria de Turismo do Ceará, em 2018, apontou que 10,3% dos turistas no Ceará classificaram o turismo de esporte/aventura como fator motivador da viagem, ao qual 70% desses apresentaram ser praticantes de kitesurf (SETUR, 2018). Apesar desse reconhecimento nacional e mundial, confirmado pela forte presença de praticantes de kitesurf ao longo do litoral cearense, as informações sobre a modalidade e seus efeitos na zona costeira ainda são escassas. Embora possa integrar enquanto atividade positiva ao território, investigações apontam as dificuldades de gerenciar espaços e legislações para a realização da prática do kitesurf em sintonia as demais atividade existentes (SONTAG; ROUX, 2013), as contradições com a perspectiva de desenvolvimento sustentável do esporte (PIERRE MOUNET, 2007), e as implicações e as transformações territoriais em decorrência dos esportes náuticos (PIRAUDEAU, 2019). Diante disso, essa pesquisa visa interpretar o fenômeno do kitesurf e entender as suas inter-relações territoriais a partir de uma discussão teórica fundamentada na relação esportes náuticos, território e gerenciamento costeiro, subsidiada metodologicamente pela Cartografia Social e a Análise de Discurso, buscando evidenciar o funcionamento, a abrangência, as interações e as limitações da prática esportiva no litoral cearense.