REESCRITURAS DO MITO DOS ATRIDAS NA DRAMATURGIA BRASILEIRA

Resumo

Na tradição mítica da Antiguidade clássica, Atreu, Agamêmnon, Clitemnestra, Electra, Ifigênia, Orestes, Tiestes e Egisto fazem parte de um dos mitos mais violentos. Esses personagens, que estão presentes em diversas tragédias gregas, são os protagonistas de uma maldição familiar, cuja fonte causadora é Pélops, autor de uma hybris primária, a partir de quem se originaram as maldições, as rixas e as desavenças familiares, com seu canibalismo e seus assassinatos geradores de vingança e carnificina que se perpetuaram geração após geração. No Brasil, em especial, esses personagens estão presentes em uma quantidade significativa de peças, a começar por Clytemnestra, a rainha de Mycenas. Tragédia em 5 actos, de Joaquim Norberto de Sousa Silva, de 1844. Posteriormente, vieram diversas reescrituras que versam sobre a referida maldição familiar, mas para a presente pesquisa, selecionou-se as seguintes obras: Electra no circo (1944), de Hermilo Borba Filho; Ifigênia de Ouro Preto (1972), Stella Leonardos; Clitemnestra vive (1978), de Marcos Caroli Rezende; Trilogia perversa (1988) de Ivo Bender; Ana Clitemnestra (1986), de Carlos Henrique Escobar; Noturno em Vargem das Pedras (1993), de José Paulo Moreira da Fonseca; Oresteia – o canto do bode (2007), de Reinaldo Maia; e Ifigênia (2012), de Cássio Pires. Assim, para que se possa desenvolver esta pesquisa bibliográfica, que se encontra em uma fase inicial, levar-se-á em consideração os seguintes objetivos: em um primeiro momento, tecer-se-á um estudo acerca no início do drama mítico no Brasil, a partir de Clytemnestra, a rainha de Mycenas. Tragédia em 5 actos; em um segundo momento, levando em consideração os dramas míticos selecionados, realizar-se-á um estudo acerca do trágico e dos heróis e das heroínas protagonistas da maldição familiar da casa de Atreu.