COMPORTAMENTO SEXUAL E VULNERABILIDADES AO HIV DA POPULAÇÃO LGBT

Resumo

O Boletim Epidemiológico de 2019 traz que os maiores números de pessoas com HIV advêm da população LGBT – com 51,3% de casos decorrentes de exposição homossexual ou bissexual, por fatores individuais e comportamentais, sendo um deles o sexo desprotegido. Segundo dados de 2018 do governo do estado do Ceará, houve uma baixa adesão do uso do preservativo, o que se configura como um dos maiores desafios do combate ao HIV. Objetiva-se descrever o comportamento sexual de vulnerabilidade ao HIV da população LGBT. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, realizado em locais de sociabilidade gay, na cidade de Fortaleza, Ceará. Integrou a população do estudo pessoas que se consideravam como lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. A coleta de dados se deu por meio de entrevista nos meses de outubro a dezembro de 2019. Os dados tabulados e analisados por meio do programa SPSS. O perfil sociodemográfico dos 254 participantes apresentou a mediana de idade de 22, sendo a mínima de 18 e máxima de 40, já a mediana de anos de estudo foi de 16 com mínima de 6 e máxima de 19. Grande parte se autodeclarou parda ou negra com 149 (58,7%) relatos, a ocupação predominante foi de estudante, com um número de 140 (55,1%), apenas 45 (17,7%) afirmaram ter emprego com carteira assinada. Além disso, a religião católica se sobressaiu com 68 (26,8%) adeptos. No que se refere ao comportamento sexual, a mediana da sexarca foi de 17 anos, 155 (61%) relataram parceria fixa e destes, somente 45(29%) afirmaram usar o preservativo sempre e dos que não tinham parceria fixa, 53 (51%) usam preservativo sempre. Embora, existam ações especiais que estimulem a prevenção do HIV, o não uso do preservativo ainda é um dos maiores desafios dos profissionais de saúde. Portanto, é necessário traçar estratégias de sensibilização e persuasão não somente da população LGBT, mas da sociedade em geral.