LEVANTAMENTO DE TESTES LABORATORIAIS PARA O DIAGNÓSTICO DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR EM PACIENTES ATENDIDOS NO SETOR DE PARASITOLOGIA/DPML/UFC, NO PERÍODO DE 2015 A 2020

Resumen

A leishmaniose tegumentar (LT) é uma doença infecto-parasitária de alta incidência nas áreas tropicais e intertropicais que afeta principalmente as populações socioeconomicamente vulneráveis, sendo causada por parasitos do gênero Leishmania. A LT apresenta um amplo espectro de manifestações clínicas, como leishmaniose cutânea localizada (LCL), leishmaniose cutânea disseminada (LD), leishmaniose cutânea difusa (LCD) e leishmaniose mucocutânea (LM). O diagnóstico de LT é obtido por meio de ferramentas parasitológicas, como exames diretos e cultura do parasito; imunológicas, por meio da sorologia e do teste de Intradermorreação de Montenegro (IDRM) e histológicas, como a coloração do material por HE e imuno-histoquímica. O objetivo deste estudo foi avaliar os testes parasitológicos e a IDRM para o diagnóstico das diferentes formas clínicas da LT em pacientes atendidos no Laboratório de Parasitologia/DPML/UFC, no período de 2015 a 2020. Dessa forma, foram coletadas informações dos pacientes obtidas do Registro de testes parasitológicos do Setor de Parasitologia referentes a idade, sexo, sintomatologia, local da úlcera, exames solicitados e resultados. A amostra foi constituída de 177 indivíduos, 70 do sexo feminino e 107 do sexo masculino, dos quais 101 realizaram teste de biópsia, 134 de cultura e 26 de IDRM. Os pacientes eram oriundos de Hospitais de referência para doenças infectocontagiosas de Fortaleza-CE. Dos testados por biópsia, 10% obtiveram resultado positivo, 4% dos testados por cultura foram positivos e a IDRM foi positiva em 81% dos indivíduos testados. Referente ao gênero dos indivíduos, a maioria dos testados foram homens e em todos os testes a maior porcentagem de positividade pertence a esse sexo. Portanto, este estudo confirma a necessidade da associação de mais de um exame laboratorial para o diagnóstico mais preciso de LT, principalmente para a forma mucosa, a manifestação mais grave da doença.