MENINGITE CRIPTOCÓCICA EM UM HOSPITAL DE DOENÇAS INFECCIOSAS NO NORDESTE DO BRASIL, NO PERÍODO DE 2010 A 2018

Autores

  • Renan Carrasco Cezar
  • Bruno do Carmo Tavares
  • Lisandra Serra Damasceno

Resumo

INTRODUÇÃO: A criptococose é uma micose sistêmica causada por leveduras gênero Cryptococcus. Dois complexos de espécies, C. neoformans e C. gatti, são patogênicas para o homem. O sistema nervoso central (SNC) é o principal órgão acometido, onde os fungos causam meningite ou meningoencefalite. OBJETIVO: Avaliar os aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais dos pacientes diagnosticados com meningite por Cryptococcus spp. atendidos em um hospital de doenças infecciosas, em Fortaleza/Ceará. METODOLOGIA: Coorte retrospectiva de pacientes com meningite criptocóccica (MCP) de 2010 a 2018. A análise estatística foi realizada através do STATA 13.0. RESULTADOS: Cento e treze internamentos foram incluídos no estudo. Homens foram os mais acometidos (81,4%), e a mediana de idade foi de 37 anos [IIQ: 29-44], e do tempo de sintomas de 29 dias [IIQ: 10-41]. A maioria não teve exposição ambiental de risco (91,1%) ao nicho do fungo. Coinfecção com HIV ocorreu em 79,6% dos pacientes. A mediana de linfócitos T CD4+ foi de 41 células/mm3. Os principais sintomas observados foram cefaleia (87,6%), febre (65,4%), vômitos (60,8%), e confusão mental (33,6%). As principais alterações identificadas à tomografia de crânio foram hidrocefalia (18,7%) e lesões múltiplas (17,2%). Cryptococcus spp. foi isolado em 87% (n=60/69) das culturas do LCR, e identificado em 81,8% (n=72/88) na tinta da Índia. Antígeno criptocóccico foi reagente em 93% (n=25/27) das amostras testadas. O regime terapêutico mais utilizado foi anfotericina B associada ao fluconazol. Óbito durante o internamento ocorreu em 29,2% dos pacientes. Os fatores de risco associados ao óbito foram confusão mental (42,1% vs. 22,9%; p = 0,035) e a mediana de idade (33 [27-41] vs. 39 [32-52]; p = 0,010). CONCLUSÃO: A MCP é uma doença com alta mortalidade que afeta em especial pacientes com HIV/AIDS, sendo necessárias ferramentas diagnósticas precoces e tratamento hospitalar adequado, para melhorar a sobrevida destes pacientes.

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Publicado

2021-01-01

Como Citar

Carrasco Cezar, R., Tavares, B. do C., & Serra Damasceno, L. (2021). MENINGITE CRIPTOCÓCICA EM UM HOSPITAL DE DOENÇAS INFECCIOSAS NO NORDESTE DO BRASIL, NO PERÍODO DE 2010 A 2018. Encontros Universitários Da UFC, 6(2), 1449. Recuperado de https://periodicos.ufc.br/eu/article/view/74572

Edição

Seção

XL Encontro de Iniciação Científica