MENINGITE TUBERCULOSA EM UM HOSPITAL DE DOENÇAS INFECCIOSAS, NO PERÍODO DE 2010 A 2018

Autores

  • Bruno do Carmo Tavares
  • Renan Carrasco Cézar
  • Lisandra Serra Damasceno

Resumo

INTRODUÇÃO: A tuberculose é uma doença infecciosa bacteriana causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Os órgãos mais comumente afetados são os pulmões. Entretanto, M. tuberculosis pode acometer qualquer órgão ou tecido. No sistema nervoso central causa meningite crônica, acometendo, principalmente, indivíduos imunodeprimidos. OBJETIVO: Avaliar os aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais dos pacientes com diagnóstico de Meningite Tuberculosa (MTB) atendidos em um hospital de doenças infecciosas. METODOLOGIA: Coorte retrospectiva dos pacientes com MTB diagnosticados entre 2010 a 2018, no Hospital São José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza-CE. RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 43 internamentos de pacientes com MTB. Homens foram os mais acometidos (76,7%), a mediana de idade de 32,6 anos [IIQ: 26-44] e a do tempo de sintomas de 19 dias [IIQ: 14-39]. Coinfecção pelo HIV foi observada em 79,6% dos casos. Os sintomas neurológicos mais frequentes foram cefaleia (87,6%), vômitos (60,8%), confusão mental (33,6%), rigidez nucal (27,4%) e déficit focal (21,2%). As principais alterações encontradas à tomografia de crânio foram realce leptomenígeo (27,3%) e apagamento dos sulcos (27,3%). Os principais padrões radiológicos encontrados ao raio-x de tórax foram infiltrado miliar (33,3%) e infiltrado intersticial (33,3%). M. tuberculosis foi isolado em 98,5% (n=36/37) das culturas do LCR, e identificado em 73% (n=19/23) no teste molecular para tuberculose (TRM-TB). A sensibilidade do TRM-TB foi de 75% no líquor. A mediana de linfócitos T CD4+ foi de 125 células/mm3 [IIQ= 46-232]. Óbito no internamento ocorreu em 30,2% dos pacientes. Durante o seguimento clínico a taxa de abandono de tratamento de 36,7%. CONCLUSÃO: A MTB é uma doença grave com alta mortalidade e efeitos neurológicos deletérios, sobretudo na coinfecção HIV/MTB. Baixa contagem de linfócitos T CD4+, uso irregular da TARV e abandono do tratamento podem contribuir para essa situação.

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Publicado

2021-01-01

Como Citar

Tavares, B. do C., Carrasco Cézar, R., & Serra Damasceno, L. (2021). MENINGITE TUBERCULOSA EM UM HOSPITAL DE DOENÇAS INFECCIOSAS, NO PERÍODO DE 2010 A 2018. Encontros Universitários Da UFC, 6(2), 1450. Recuperado de https://periodicos.ufc.br/eu/article/view/74573

Edição

Seção

XL Encontro de Iniciação Científica