O CASO CELIZETE E O COMBATE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ATRAVÉS DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO CEARÁ

Resumo

O presente resumo tem como objetivo apresentar o projeto “Um suicídio induzido? A repercussão do caso Maria Celizete Ribeiro na imprensa e a mobilização do movimento feminista cearense contra a violência sobre as mulheres (1980-1986)”. O trabalho é orientado pela professora Ana Rita Fonteles Duarte. Objetiva-se compreender a partir da repercussão do suicídio de Maria Celizete – mulher de classe média, moradora de Fortaleza, que ateou fogo ao próprio corpo em 1981 - a mobilização dos grupos feministas, em destaque o Grupo 4 de Janeiro, na luta contra a violência doméstica. O caso alcançou visibilidade local e nacional, sendo acompanhado por grandes jornais do Ceará e de outros estados. Pretendemos compreender as peculiaridades que tornaram o suicídio explorado e conhecido. A família da vítima atribuiu a morte da mulher a violências perpetradas pelo marido que chegou a escrever uma lista com 12 mandamentos a serem obedecidos, por ela, como condição de manter o casamento. O marido foi processado e condenado por indução ao suicídio em decisão inédita no País. A partir da análise de jornais, tanto locais quanto nacionais, tem-se a base para analisar os discursos e narrativas sobre o caso. Somando-se a isso, também se analisa como o episódio foi utilizado como bandeira de luta no estado para a defesa dos direitos da mulher e denúncia de violência em todo país, ao lado de outros casos que também mobilizaram a sociedade. Por fim, o presente projeto objetiva, perceber como os movimentos feministas tiveram como papel pautar e manter a cobrança dos direitos da mulher, pensando, ainda, na articulação desses fins em meio a abertura política, nos últimos anos da ditadura civil militar brasileira. Os resultados permitirão refletir sobre as lutas realizadas pelos movimentos feministas, no período, para combater a violência e a opressão contra as mulheres.