POTENCIAL HEPATOTÓXICO DA 1,2-BENZOPIRONA NO TRATAMENTO DA PERDA ÓSSEA ALVEOLAR EM CAMUNDONGOS

Resumo

As cumarinas são metabólitos secundários encontrados em várias plantas, como o chambá e o guaco, e exibem importantes efeitos anti-inflamatórios. A periodontite é uma doença inflamatória crônica caracterizada por infiltrado leucocitário e intensa perda óssea. Seu tratamento primário consiste em controle do biofilme dental a fim de melhorar a resposta inflamatória do paciente. Em casos refratários, vários fitofármacos evidentemente potencializam o tratamento mecânico. Entretanto, um fator limitante para seu uso são os eventos adversos, não obstante uma ótima resposta periodontal. Assim, avaliamos os efeitos sistêmicos da 1,2-Benzopirona (BZP), um representante mais simples das cumarinas, diante do tratamento da periodontite induzida por ligadura dos 1º molares inferiores de animais. Grupos de camundongos Swiss machos (n=6/cada) receberam i.p. BZP (5, 15 e 45 mg/kg) ou Salina (veículo) diariamente durante 7 dias. Foram avaliadas a estrutura óssea alveolar por macroscopia e, sistemicamente, as dosagens séricas de fosfatase alcalina total (FAT), aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), ureia e creatinina. Os pesos úmidos de fígado e rins foram relacionados com a massa corpórea dos animais no 7º dia. Mediante a confirmação de proteção óssea alveolar (p<0,05) por todas as doses de BZP em comparação ao Salina, observou-se que a BZP não alterou a massa corporal, os pesos úmidos dos órgãos dos animais, ureia e creatinina, nem os níveis séricos de FAT e AST (p>0,05) comparados ao Salina. Todavia, a BZP (15 e 45 mg/kg) aumentou de maneira significante e dose dependente 2x e 3,6x, respectivamente, os níveis de ALT, comparados ao Salina (p<0,05). Considerando-se que níveis séricos elevados de ALT podem estar relacionados a lesões do fígado, sugere-se, portanto, um potencial hepatotóxico da BZP diante do tratamento da periodontite experimental.