TOLERÂNCIA Á TEMPERATURA DE CEPAS DE ACTINOBACTÉRIAS ISOLADAS DE SOLO DO SEMIÁRIDO NORDESTINO

Resumo

As actinobactérias formam um filo diverso de bactérias gram-positivas com alto teor de bases nitrogenadas guanina e citosina no ácido desoxirribonucléico que exsudam vários compostos bioativos tais como as enzimas amilase, celulase, xilanase, pectinase, lipase e fosfatase. O estudo dessas bactérias tem importância ecológica, uma vez que participam dos ciclos biogeoquímicos, e importância biotecnológica, no que diz respeito a produção de enzimas com diversas aplicações que incluem a indústria de alimentos, farmacêutica, papel e celulose, têxtil e a sua utilização para tratamentos de efluentes industriais. Enzimas utilizadas em processos industriais são geralmente submetidas a condições adversas de temperatura e, portanto, devem tolerar essas tais condições. Nesse contexto, objetivou-se neste trabalho, verificar a tolerância à temperatura de 42 cepas de actinobactérias isoladas de solo da região semiárida nordestina. Os microrganismos foram isolados a partir de amostras de solos da região de Ubajara – Ceará e cultivados em meio Caseína Dextrose (CDA) com temperatura de 28 °C. O teste de temperatura foi realizado inoculando cada cepa em placas de Petri com meio CDA na forma de quatro spots e deixados em B.O.D nas temperaturas de 39, 41, 43 e 45 °C por dez dias e após o tempo de incubação, foi observado o crescimento das cepas. De acordo com os resultados, as cepas foram tolerantes às quatro temperaturas avaliadas. Dentre as 42 cepas avaliadas 33, 27, 22 e 16 cepas foram tolerantes às temperaturas de 39, 41, 43 e 45 °C, respectivamente. Diante desses resultados pode-se concluir que as cepas testadas são tolerantes a um espectro de temperatura de até 45 °C e tem potencial para serem estudadas com relação a sua produção enzimática e possíveis utilizações biotecnológicas.