DOMINÂNCIA SOCIAL NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Resumo

O Brasil tem vivido um período de expansão e interiorização da Educação Superior nos últimos 20 anos, sendo desafiado por mudanças em seu caráter elitista em uma cultura colonial. Destaca-se a orientação para a Dominância Social como uma predisposição para as relações intergrupais hierárquicas, atitudes individuais que se constituem, em interação com as questões estruturais e institucionais, um processo que produz e reproduz os sistemas de desigualdade. O objetivo desta pesquisa foi analisar o construto Dominância Social na relação entre estudantes e docentes Educação Superior por meio de uma pesquisa quantitativa com 211 estudantes e 60 docentes de uma instituição do Nordeste por meio de um questionário com questões sociodemográficas, o conhecimento em direitos humanos e a Escala de Dominância Social. Resultados e Discussão: Os (as) docentes e estudantes que apresentaram maior média de Dominância Social representam 24% do total da amostra, sendo 86,2% de estudantes e 13,8% de docentes, do sexo feminino (56,9%), de cor parda (47,7%), seguida da cor branca (43,1%,), preta (6,27%) e amarela (3,1%). O teste t de Student demonstrou que docentes tiveram escore estatisticamente maior do que estudantes, que pode se relacionar à busca de status e autoridade, uma tendência liberal de educação. O teste t para amostras independentes mostrou uma diferença estatisticamente significativa entre o conhecimento dos (das) docentes sobre os conteúdos de Direitos Humanos, demonstrando, estatisticamente, que mais conhecimento de Direitos Humanos não está vinculado à menor Dominância Social, ou seja, ao maior apoio às políticas de igualdade. Conclusão: a instituição em análise, como qualquer outra instituição de educação, é desafiada a assumir que a tendência à dominância social é um processo estrutural, influenciando as relações de ensino e aprendizagem, sendo urgente investir em uma formação docente.