GRUPO DE ESTUDOS DECOLONIZANDO NOSSA HISTÓRIA: UM ESPAÇO EM QUE AS EPISTEMES AFROLATINAS OCUPAM A UNIVERSIDADE

Autores

  • Antonio Caio Renan Silva Penha
  • Aline Paiva Martins
  • Antonio Angelo Lopes Alves
  • Bruno Sousa Barbosa
  • Alana Maria Lobo de Queiroz Pinheiro
  • Liana Rosa Elias

Resumo

A herança colonial está distante de ser escusa de qualquer prática, inclusive da academia. Epistemologias embranquecidas ocupam maior parte da grade curricular dos cursos de Psicologia, suprimindo autores territorializados e críticos do colonialismo europeu e norte-americano. Dessa forma, o Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Psicologia e o Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão Social e Subjetivação (VIESES), realizaram no semestre 2022.1 o Grupo de Estudos (GE) “Decolonizando Nossa História” sobre Psicologia Social latino-americana. Objetivando criar um espaço em que o Sul Epistemológico seja a base dos estudos em Psicologia, o GE se ateve em discussões que buscavam confrontar a realidade latino-americana e a intrínseca colonialidade permeada nas práticas em sociedade. Os encontros aconteceram quinzenalmente na sala do PET, e discutimos temas como: identidade latino-americana, negritude, povos originários e ruralidades. O grupo contou com 15 inscritos, entre estudantes de Psicologia da UFC e de outras instituições. As vagas foram ocupadas preferencialmente por estudantes pretos, pardos ou indígenas, e também por brancos (as). O produto foi um ciclo de diálogos que extrapolavam o debate dos temas e traziam relatos de experiência, o que permitiu também a formação de vínculos de afeto e apoio, além de alçar um novo horizonte metodológico do estudo e da práxis em Psicologia, superando a unilateralidade branca fomentada ainda hoje. A relevância desse projeto se estabelece a partir de uma formação comprometida com as dificuldades e potencialidades dos espaços a qual a maioria (senão todos) estarão presentes na atuação em Psicologia. Debruçar-se sobre o ser latino, negro, periférico e/ou interiorano, implica ao aspirante a psicólogo comprometer-se na derrocada da opressão histórica e estrutural, desde a academia até a atuação profissional, fazendo da ciência que estudamos um caminho ético e ferramenta de crítica e libertação popular.

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Publicado

2022-01-01

Edição

Seção

IX Encontro de Programas de Educação Tutorial