O AUTISMO COMO FENÔMENO IDENTITÁRIO: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DA TEORIA PSICANALÍTICA

Autores

  • Tavina Romao Silva
  • Vladia Jamile dos Santos Juca

Resumo

O autismo gera divergências em vários campos que pretendem estudá-lo. Tais discordâncias existem desde a criação do termo e persistem até hoje. Na atualidade, surgiu um fenômeno intrigante: o autismo constituído como pauta identitária relacionada ao movimento pela neurodiversidade. O movimento propõe a existência de conexões neurológicas diferentes para explicar o que seria o autismo e preconiza a existência de uma identidade autista. Na esteira dessa discussão, para analisar a conjuntura acima mencionada, a pesquisa partirá do estudo acerca das noções de identificação e de identidade, à luz da psicanálise, sendo a segunda pouco explorada no campo psicanalítico. O objetivo, portanto, é investigar como o conceito de identificação e a noção de identidade, a partir da teoria psicanalítica, contribuem para a compreensão do autismo constituído como fenômeno identitário associado ao movimento pela neurodiversidade. O trabalho ocorrerá da seguinte forma: 1) reconstrução histórica do autismo como fenômeno identitário associado ao movimento pela neurodiversidade; 2) estudo teórico sobre as noções de identificação e de identidade, à luz da psicanálise, para realizar uma reflexão crítica acerca do autismo como pauta identitária; 3) articulada ao estudo teórico, discussão a partir de material audiovisual e/ou impresso, de domínio público, como manifestos escritos por associações organizadas por pessoas autistas que ilustrem essa compreensão do autismo como pauta identitária. Apoiado nas leituras, é possível considerar preliminarmente que há relação entre o que propõe o movimento pela neurodiversidade e o advento do chamado sujeito cerebral. Observa-se ainda que a teoria psicanalítica fornece ferramentas teóricas que auxiliam a pensar de modo crítico sobre as pautas identitárias, sobretudo, no que diz respeito às contradições presentes nas mesmas. Ademais, fica o agradecimento à Capes por fomentar a pesquisa.

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Publicado

2022-01-01

Edição

Seção

XV Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação