O ESTADO NOVO NAS CHARGES DE HILDE WEBER PUBLICADAS NO JORNAL CARIOCA TRIBUNA DA IMPRENSA DURANTE A CAMPANHA PRESIDENCIAL DE 1950

Abstract

O jornal carioca Tribuna da Imprensa, fundado nos momentos finais de 1949 pelo jornalista e político Carlos Lacerda, foi um dos principais periódicos a se opor à eleição do ex-presidente Getúlio Vargas em 1950. Apesar de ser um jornal de pequena circulação, seu destaque como oposição está no fato de ter sido a voz tanto de Lacerda, um dos principais opositores a Vargas, quanto da União Democrática Nacional (UDN), partido político fundado em 1945 e também de oposição ao getulismo. Dentro desse contexto está Hilde Weber que, como chargista principal do Tribuna na época da eleição, abordou em suas charges o período do Estado Novo (1937-45), governo ditatorial de Vargas. Este trabalho tem como objetivo principal apresentar como a chargista buscou, através de suas charges sobre o Estado Novo, instigar o público leitor do periódico a combater a eleição de Getúlio Vargas. Para tanto, utilizamos como fontes as charges sobre o Estado Novo assinadas por Hilde e publicadas na capa e no editorial do Tribuna da Imprensa durante a campanha presidencial de 1950, tendo como auxílio metodológico a listagem de procedimentos de pesquisa em periódicos proposta por Tânia Regina de Luca (2010) e a metodologia de interpretação de imagens desenvolvida pelo sociólogo alemão Ralf Bohnsack descrita na obra de Vinícius Liebel (2017). Como conclusão parcial, tendo em vista que a pesquisa ainda está em sua fase inicial, percebemos que os desenhos críticos de Hilde enfatizaram o caráter autoritário e a censura enfrentada pela imprensa durante o Estado Novo. Essas charges foram publicadas pelo Tribuna com o objetivo de, com o auxílio delas, construir uma representação de Vargas que se opusesse à imagem dele como “pai dos pobres” por muito tempo construída e divulgada pelos mecanismos de propaganda do Estado Novo, sendo assim uma importante ferramenta de combate à vitória do ex-presidente.