Profile of users and ways of attending a child mental health service

Authors

Abstract

O objetivo deste trabalho foi traçar o perfil dos usuários de um serviço de saúde mental, que atende crianças e suas famílias, em Salvador (Bahia), e refletir sobre o modo como o serviço acolhe as demandas. Com base nas fichas de acompanhamento de 619 crianças atendidas entre os anos de 2012 a 2016, verificou-se a predominância de crianças do sexo masculino (63,2%), entre as idades de seis e dez anos (40,9%), pertencentes a famílias nucleares (47,2%), encaminhadas por instituição (48,9%). Dentre as famílias que chegaram ao projeto, 71,5% explicitaram a existência de queixas, predominando os problemas de comportamento, com diferenças entre meninos e meninas. Os resultados encontrados vão ao encontro dos achados de publicações anteriores e avançam ao evidenciar-se dados sobre temas pouco abordados na literatura, como o padrão de frequência dos usuários. Reflete-se sobre a alta proporção de famílias que deixam de frequentar esse serviço após alguns encontros. Argumenta-se que isto não deve ser entendido necessariamente como não adesão ou como abandono, pois o serviço busca propiciar a autonomia das famílias, mantendo o espaço disponível para que as mesmas retornem quando necessário.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Professora do Instituto de Psicologia da UFBA

Estudante de Psicologia da UFBA

References

Amazonas, M. C. L. A., Damasceno, P. R., Terto, L. M. S., & Silva, R. R. (2003). Arranjos familiares de crianças das camadas populares. Psicologia em Estudo, 8(spe), 11-20.

Barbieri, V. (2009). O psicodiagnóstico interventivo psicanalítico na pesquisa acadêmica: fundamentos teóricos, científicos e éticos. Bol. psicol, 59(131), 209-222.

Beltrame, M. M., & Boarini, M. L. (2013). Saúde mental e infância: reflexões sobre a demanda escolar de um CAPSi. Psicologia: Ciência e Profissão, 33(2), 336-349

Borsa, J. C., Segabinazi, J. D., Stenert, F., Yates, D. B., & Bandeira, D. R. (2013). Caracterização da clientela infanto-juvenil de uma clínica escola de avaliação psicológica de uma universidade brasileira. Revista psico, 44(1), 73-81.

Bertoul, C. (2014). Os principais dispositivos e arranjos para a organização da Rede de Atenção Psicossocial para crianças e adolescentes no âmbito do Sistema Único de Saúde. In: Brasil. Saúde mental na infância e adolescência. Brasília: Ministério da Saúde.

Brasil. (2002). Ministério da Saúde. Portaria GM n° 336, de 19 de fevereiro de 2002. Define e estabelece diretrizes para o funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial. Diário Oficial da União, Brasília, DF.

______. (2005). Ministério da Saúde. Caminhos para uma política de saúde mental infantojuvenil. Série B. Textos Básicos em Saúde. Brasília, DF.

______. (2011). Ministério da Saúde. Portaria MS/GM nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília, DF.

______. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico.

Bustamante, V., Oliveira, R., & Rodrigues, N. B. (2017). Acolhida e cuidado a crianças e famílias em um serviço de saúde mental infantil. Psicol. clin., 29(3), 429-447.

Bustamante, V., & Santos, I. (2015). Arranjos familiares e possibilidades terapêuticas em um serviço de saúde mental infantil. Pensando famílias, 19(2), 115-131.

Campezatto, P. V. M., & Nunes, M. L. T. (2007). Caracterização da clientela das clínicas-escola de cursos de psicologia da região metropolitana de Porto Alegre. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20(3), 376-388.

Campos, G.W de S. Saúde mental e atenção primária: apoio matricial e núcleos de apoio à saúde da família. (2016). In: M. Nunes & F.L.P. Landim (Org.). Saúde mental na atenção básica: política e cotidiano. Salvador: Edufba. (pp. 29-46).

Couto, M. C. V., & Delgado, P. G. G. (2015). Crianças e adolescentes na agenda política da saúde mental brasileira: inclusão tardia, desafios atuais. Psicologia Clínica, 27(1), 17-40.

______. (2016). Presença viva da saúde mental no território: construção da rede pública ampliada de atenção para crianças e adolescentes. In: E. Lauridsen-Ribeiro, & C. B. Lykoropoulos. O Capsi e o desafio da gestão em rede. São Paulo: Hucitec. (pp. 161-192).

Cunha, T. R. S., & Benetti, S. P. C. (2009). Caracterização da clientela infantil numa clínica-escola de psicologia. Boletim de Psicologia, 59(130), 117-127.

Delfini, P. S. S., Dombi-Barbosa, C., Fonseca, F. L., Tavares, C. M., & Reis, A. O. A. (2009). Perfil dos usuários de um centro de atenção psicossocial infantojuvenil da grande São Paulo, Brasil. Journal of Human Growth and Development, 19(2), 226-236.

Delvan, J. da S., Portes, J. R. M., Cunha, M. P., Menezes, M., & Legal, E. J. (2010). Crianças que utilizam os serviços de saúde mental: caracterização da população em uma cidade do sul do brasil. Journal of Human Growth and Development, 20(2), 228-237.

Emerich, D. R., Rocha, M. M., Silvares, E. F. M., Gonçalves, J. P. (2012). Diferenças quanto ao gênero entre escolares brasileiros avaliados pelo inventário de comportamentos para crianças e adolescentes (CBCL/6-18). Psico, 43(3), 380-387.

Fernandes, M. C., Silva, L. M. S., Machado, A. L. G. & Moreira, T. M. M. (2012). Universidade e a extensão universitária: a visão dos moradores das comunidades circunvizinhas. Educação em Revista, 28(4), 169-194.

Figueiredo, L. C. (2009). As diversas faces do cuidar. São Paulo, SP: Escuta.

Figueiredo, L.C. (2014). Cuidado, saúde e cultura: trabalhos psíquicos e cultura na situação analisante. São Paulo: Escuta.

Gastaud, M. B., & Nunes, M. L. T. (2010). Abandono de tratamento na psicoterapia psicanalítica: em busca de definição. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 59(3), 247-254.

Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo, SP: Atlas.

Gomes, V. L. O. (2006). A construção do feminino e do masculino no processo de cuidar crianças em pré-escolas. Texto & Contexto - Enfermagem, 15(1), 35-42.

Hoffmann, M. C. C. L., Santos, D. N., & Mota, E. L. A. (2008). Caracterização dos usuários e dos serviços prestados por Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil. Cadernos de Saúde Pública, 24(3), 633-642.

Holmes, J. (2012). A model of intervention at a psychoanalytic parent-child drop-in group in a poor district of Lima-Peru. Peru: Jornal of Child Psychoterapy, 38(2), 170-184.

Maravieski, S., & Serralta, F. B. (2011). Características clínicas e sociodemográficas da clientela atendida em uma clínica-escola de psicologia. Temas em Psicologia, 19(2), 481-490.

Melo, S. A., & Perfeito, H. C. C. S. (2006). Características da população infantil atendida em triagem no período de 2000 a 2002 numa clínica-escola. Estudos de Psicologia (Campinas), 23(3), 239-249.

Moura, C. B., Marinho-Casanova, M. L., Meurer, P. H., & Campana, C. (2008). Caracterização da clientela pré-escolar de uma clínica-escola brasileira a partir do Child Behavior Checklist (CBCL). Contextos Clínicos, 1(1), 1-8.

Muza, G. M., Costa, M. P., & Gomes, A. P. R. (2009). Estudo sobre queixas referidas em uma unidade de saúde mental da infância e adolescência. Comun. Ciênc. Saúde, 20(3), 219-227.

Passos, I. C. F., Dias, F. W., Lima, I. C. B. F., Beato, M. S. da F., Akerman, J., & Ribeiro, C. S. (2017). Cartografia da rede de saúde mental infantojuvenil de Belo Horizonte. In: I. C. F., Passos, & C. M. F, Penido (Orgs.). Atenção psicossocial para crianças e adolescentes. Pesquisa-intervenção nas redes. São Paulo: Zagodoni. (pp. 149-184).

Rangel, L. C. C., Bustamante, V., & Silva, G. B. (2015). Caracterização da população de um serviço de saúde mental infantil em Salvador. Psicologia em estudo, 20(2), 273-284.

Romaro, R. A., & Capitão, G. C. (2003). Caracterização da clientela da clínica-escola de psicologia da Universidade São Francisco. Psicologia: Teoria e Prática, 5(1), 111-121.

Santos, P. L. (2006). Problemas de saúde mental de crianças e adolescentes atendidos em um serviço público de psicologia infantil. Psicologia em Estudo, 11(2), 315-321.

Sinibaldi, B. (2013). Saúde mental infantil e atenção primária: relações possíveis. Revista de Psicologia da UNESP, 12(2), 61-72.

Teixeira, R. M., & Jucá, V. J. S. (2014). Caracterização dos usuários de um centro de atenção psicossocial infantojuvenil do município de Salvador (BA). Revista de psicologia, 5(2), 70-84.

Wielewicki, A. (2011). Problemas de comportamento infantil: importância e limitações de estudos de caracterização em clínicas-escola brasileiras. Temas em Psicologia, 19(2), 379-389.

Winnicott, D. (1969). O uso de um objeto e relacionamento através de identificações. In: D. Winicott. O Brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago Editora. (pp. 121-132).

Zanello, V. (2018). Saúde mental, gênero e dispositivos: cultura e processos de subjetivação. Curitiba: Appris.

Published

2019-07-01

How to Cite

Bustamante, V., & Santos, A. M. (2019). Profile of users and ways of attending a child mental health service. Revista De Psicologia, 10(2), 105–118. Retrieved from https://periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/33592