TRABALHADOR LÊ?

Autores

  • Adelaide Gonçalves Universidade Federal do Ceará (UFC)

DOI:

https://doi.org/10.36517/rcs.v34i1.33795

Resumo

O texto trata das práticas sociais da leitura e das experiências de leitura no mundo do trabalho como forma de mobilização cultural e política. Aborda em diversos contextos sócio-históricos o modo como os trabalhadores se apropriaram e recriaram o conteúdo de suas leituras, como se fizeram leitores. Seja na França revolucionária do século XVIII, em Cuba do século XIX, ou no Brasil, destaca a imprensa dos trabalhadores - como palavra impressa ou veículo oral- como resultado do esforço de inteligibilidade do mundo e da busca de eficácia em disseminar conteúdos diretamente vinculados a seu propósito pedagógico, organizativo e doutrinário. A autora recolhe, em escritos autobiográficos dos militantes, passagens em que as narrativas apresentam o esforço de leitura, a busca do saber como uma das lembranças memoráveis. As leituras operárias são vistas como expressão do conteúdo de autoformação dos militantes e como uma prática social remodeladora do pensamento e da ação, incluindo desde a seleção de livros e autores até a inauguração de espaços da cidade como lugares de discussão pública e socialização. Neste caso, aparecem as livrarias, os cafés, as bodegas e praças, constituindo a geografia dos progressistas e libertários de Fortaleza, desde o século XIX.

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Biografia do Autor

Adelaide Gonçalves, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Doutora em História, professora do Departamento de História, da
Universidade Federal do Ceará.

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Publicado

29-10-2018

Como Citar

Gonçalves, A. (2018). TRABALHADOR LÊ?. Revista De Ciências Sociais, 34(1), 59–72. https://doi.org/10.36517/rcs.v34i1.33795