Sobre hipocrisia, dissimulação e coisas afins - Nietzsche e a vontade de engano

Autores

  • Gustavo B. N. Costa

Palavras-chave:

Nietzsche. Hipocrisia. Dissimulação. Engano. Vontade de aparência.

Resumo

Objetivamos aqui fazer uma a defesa da hipocrisia com base no pensamento nietzscheano. Primeiramente fazemos uma distinção de aspectos sob os quais as idéias de hipocrisia [Heuchelei] e dissimulação [Verstellung] aparecem nos textos nietzscheanos – o que vem a nos mostrar a associação destas às idéias de proteção, vaidade e fé. Tal distinção aponta para o fato de que as críticas de Nietzsche não se dirigem à hipocrisia enquanto arte da dissimulação, mas, ao auto-engano que se manifesta na “falta de crença em si” do vaidoso e na “crença” presente na fé. Se ao primeiro faltalhe a boa-consciência, no segundo esta é corrompida pela falsa visão de si como única verdade. Em um segundo momento, expomos o problema da vontade de verdade em Nietzsche. Trazendo à tona o auto-engano aí presente, o autor revela a “necessidade de superfície” para a vida, apontando para a vontade de aparência como “vontade fundamental do espírito”. É por meio desta que procuramos conferir à hipocrisia um embasamento filosófico.

Biografia do Autor

Gustavo B. N. Costa

Mestrando em Filosofia, Universidade Federal do Ceará (UFC)/FUNCAP.

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Publicado

2009-07-01

Edição

Seção

Artigos