Levinas e os caminhos da Filosofia
Palavras-chave:
Verdade. Autonomia. Heteronomia. Ética.Resumo
Para Emmanuel Levinas (1906 – 1995), a filosofia, assim como, as ciências podem caracterizar-se pela busca da verdade, todavia, mesmo sendo uma caracterização ampla e, de início, vazia, esta busca pode tomar dois caminhos: o primeiro caminho é aquele em que a verdade está estreitamente ligada à experiência. Aquele que pensa mantém na verdade uma relação com aquilo que é distinto dele, verdade implica uma relação com a exterioridade, com a transcendência, com o estranho. Contudo, verdade significa também a investigação livre por parte do ser pensante onde este não encontra qualquer restrição enquanto liberdade de investigação. Essa liberdade é o próprio exercício de negação do outro, um não alienar-se em seu movimento, pois, o contato com uma realidade outra não impede sua marcha. Destarte, a busca da verdade como exercício da liberdade pode ser entendido como a marcha da autonomia, caminhada do mesmo. A filosofia não seria outra coisa senão essa caminhada de apropriação do ser pelo homem no decorrer da história. Dito isso, o objetivo deste trabalho é discorrer sobre a escolha que a filosofia fez, ou seja, que esta pendeu, na maior parte de seu percurso, para a defesa da liberdade e, consequentemente, para o mesmo, proclamando, assim, a anterioridade da autonomia em detrimento da heteronomia: a “violência” e a apropriação estariam justificadas.
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