O mistério da encarnação em Gabriel Marcel

Autores

  • José André de Azevedo

Palavras-chave:

Gabriel Marcel. Encarnação. Carnalidade. Mistério.

Resumo

Partindo de um contexto de crítica ao cientificismo e racionalismo modernos, apresentando-se com um pensamento assistemático, itinerante e questionador, Gabriel Marcel afirma que a filosofia possui uma arché: a existência, ponto de partida e de referência do labor philosophicus. A partir da questão Quem eu sou? chega-se à percepção da existência (encarnação), o que nos leva, necessariamente, a uma questão ontológica (mistério do ser) e isso, por sua vez, segundo Marcel, nos remete à questão do transcendente (existência e transcendência). A encarnação, segundo Marcel, é o dado central da metafísica, pois é a mediação entre o eu e o mundo e os outros, é a consciência de mim no meu corpo e, por isso, perpassada de uma intensa comunhão ontológica (participação). A existência encarnada, assim, exige, de imediato, a questão do ser, o que leva Marcel a distinguir, na relação ontológica, mistério e problema. Na vivência do mistério, o ser humano possui algumas exigências: recolhimento, engajamento, fidelidade, esperança e amor. A vivência do mistério do ser, perpassada pela comunhão entre o meu eu e os outros, leva à afirmação de um Tu Absoluto: a transcendência. Assim, o mistério da encarnação instaura, na tradição filosófica, uma nova ordem de questionamento do homem e do mundo.

Biografia do Autor

José André de Azevedo

Mestrando em Filosofia Moderna e Contemporânea pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE, Toledo-Pr)

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Publicado

2010-08-01

Edição

Seção

Artigos