Ser veritativo e ser temporal

Autores

  • Anton Friedrich Koch Professor de Filosofia na Universidade Ruprecht-Karl de Heidelberg/Alemanha

Palavras-chave:

Verdade. Tempo. Sujeito. Fisicalismo.

Resumo

O presente artigo argumenta que o ser veritativo é essencialmente temporal ou que o ser temporal é apenas um outro aspecto deste mesmo ser. A cópula aparentemente atemporal – como, por exemplo, nas sentenças matemáticas – expressa um ser no modo “abstrativo”, i.e., num modo de conhecimento que abstrai de aspectos essenciais do real. Se aceitamos que a visão atemporal-matemática do real é secundária e advém do concreto, então a temporalidade da realidade concreta também é a marca originária do ser veritativo: o modo temporal originário da verdade é o presente, sendo que seu sentido fundamental é o manifestar-se no sentido de Heidegger, a a-letheia. Porém, como o presente é essencialmente interconectado com o passado e o futuro, a verdade desdobra-se em aspectos análogos aos modos temporais do passado e do futuro. O primeiro é o aspecto realista ou objetivo da verdade. O segundo apresenta seu aspecto pragmático ou justificativo. Destarte, resulta uma nova teoria tripartite da verdade, a qual explicita as duas vertentes mais fortes no debate atual sobre as teorias da verdade como aspectos integrais do fato e do conceito de verdade, cujo centro é o terceiro aspecto: o caráter fenomenal da verdade. Por este, o real, é originalmente e fundamentalmente direcionado a subjetividade finita no mundo: o fisicalismo que abstratamente constrói um olhar de lugar nenhum não pode ser a verdade sobre o real.

Downloads

Publicado

2011-07-01

Edição

Seção

Artigos