O curso do pensamento procleano na Filosofia Árabe

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36517/Argumentos.24.5

Palavras-chave:

Proclo. Filosofia Árabe. Livro das Causas. Falāsifa.

Resumo

Caracterizados pela busca por conhecimento e pela tentativa de conciliar Filosofia e Religião, os filósofos da falsafa foram fortemente influenciados pelo pensamento grego. Contribuíram, com suas traduções, comentários e leituras interpretativas, não só para a conservação da filosofia grega como, também, para uma releitura desta no mundo latino. Neste sentido, no presente trabalho, realiza-se um exame de como as teses filosóficas de Proclo foram recebidas e incorporadas pelos falāsifa elaborando, logo de início, uma exposição do modo como pensamento grego chegou até os árabes. Em seguida, é analisada a presença dos argumentos do Bizantino entre os filósofos árabes, destacando as características que adquiriram e forma como foram incorporados em vista do propósito de adequação ao contexto islâmico. Objetiva-se, por fim, demonstrar as particularidades da presença da filosofia procleana entre os árabes e como isto possibilitou o resgate do pensamento de Proclo no mundo latino.

Biografia do Autor

Francisca Galiléia Pereira da Silva, Universidade Federal do Ceará

Professora da Universidade Federal ldo Ceará. Doutora em Filosofia pela Universidade Complutense de Madrid.  (2015) e especialização em Manuscritos no Islã também pela Universidade Complutense de Madrid. Coordenadora e pesquisadora do Grupo de Estudos em Filosofia Medieval da Universidade Federal do Ceará (GEFIM-UFC). Tem experiência de docência, pesquisa e orientação de trabalhos na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Clássica, Filosofia Medieval Ocidental, Filosofia Árabe, Filosofia da Religião, Epistemologia, Ética e Política.

Suelen Pereira da Cunha, Instituto Federal do Ceará

Professora do Instituto Federal do Ceará. Doutoranda do programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Ceará, onde desenvolve o projeto de pesquisa entitulado "A possibilidade do conhecimento na filosofia procleana". Mestra em Filosofia pela UFC e graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará. Atua como pesquisadora no Grupo em Estudos em Filosofia Medieval (GEFIM-UFC), desde outubro de 2011, e é membro do Grupo de Pesquisa de Tradução e Recepção do Clássicos da Universidade Federal do Ceará, desde setembro de 2015. 

Referências

ALCORÃO. Trad. Samir el Hayek. ed.14. São Paulo: MarsaM, 2009.

AL-FĀRĀBĪ, Abu Nasr. A cidade virtuosa. Trad. Catarina Belo. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2018

AL-FĀRĀBĪ, Abu Nasr. Fontes quaestionum. ed. Miguel Cruz Hernandez. Archives d’Histoires doctrinale et litéraire du Moyan Âge. Vol. 25-26. pp.303-323, 1950-1951.

AL-FĀRĀBĪ, Abu Nasr. “Libro de la Política”. Em: Obras filosóficas y políticas. Ed. e trad. de Rafael Ramón Guerrero. Madrid:Trotta, 2008.

AL-KINDĪ. Obras filosóficas. Trad. introd. e not. de Rafael Ramón Guerrero e Emilio Tornero Poveda. Madrid: Coloquio: 1986.

AL-NADIM, Muhammad ibn Ishaq. The Fihrist of al-Nadim – a tenth-century survey of muslim culture. Trad. e Ed. De Bayard Dodge. Vol.I. New York: Columbia University Press,1970. p.607.

ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. Giovanni Reale. Vol.II. São Paulo: Loyola, 2002.

BADAWI, Abdurrahman. La transmission de la philosophie grecque au monde arabe. Paris: VRIN, 1968.

BONADEO, Cecilia M. ‘Abd al-Latīf Yūsuf al-Baghdādī’s philosophical journey from Aristotle’s Metaphysics to the ‘Metaphysical science’. Leiden: Brill, 2013.

D’ANCONA, Cristina (org.). Plotiniana Arabica (Pseudo-Teologia di Aristotele), capitoli 1 e 7; “Detti del sapiente Greco”. Padova: Poligrafo, 2003.

D’ANCONA, Cristina. Recherches sur le liber de causis. Paris: Vrin, 1995.

ENDRESS, G. “Building the library of Arabic Philosophy Platonism and Aristotelism in the sources of al-Kindī”. In: D’ANCONA, Cristina (Org.). The Libraries of the neoplatonists. Leiden: Brill, 2007.

FAKHRY, Majid. Histoire de la philosophie islamique. Trad. Marwan Nars. Paris: Cerf, 1989.

GUERRERO, Rafael R. “El compromiso político de Al-Fārābī ¿Fue un filósofo šī’ī ?”.Em: Actas de las II Jornadas de cultura Árabe e Islamica (1980). Madrid: Isntituto Hispano-arabe de cultura, s/informações, 1985.pp.463-477.

GUERRERO, Rafael R. La recepción árabe del De Anima de Aristóteles: Al-Kindi y Al-Fārābī. Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas, 1992.

HAQ, Syed N. “The Indian and Persian Background”. Em. NASR, Seyyed Hossein; LEAMAN, Oliver (Org.), History of Islamic Philosophy, London: Routledge, 1993.

HERNANDEZ, Miguel Cruz. “El neoplatonismo y el punto de partida de la filosofia árabe”. Em: Miscelánea de Estudios. Granada: Universidadde Granada, 1974. pp.237- 246

IBN SĪNĀ. A origem e o retorno. Trad. de Jamil Ibrahim Iskandar. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

KING, Daniel. The Earliest Syriac Translation of Aristotle’s Categories. Leiden: Brill, 2005.

PEREIRA, Rosalie H.“Bayt al-Hikma e a transmissão do pensamento grego para o mundo islâmico”. Em: PEREIRA, Rosalie H.(org.). Busca do Conhecimento – Ensaios de Filosofia Medieval no Islã. São Paulo: Paulus, 2007. (Coleção Philosophica, v. 3). pp.17-62

PETERS, Francis E. “The Greek and Syriac background”. Em. NASR, Seyyed H.; LEAMAN, Oliver (org.). History of Islamic Philosophy. London: Routledge, 1993.

PETERS, Francis E. The origins of Islamic Platonism: the school tradition. New York: New York University Press, 1979.

PHILOPONUS. Against Proclus On the eternity of the world 1-5. Trad. Michael Share. Londres: Bloomsbury Academic Press, 2005.

PHILOPONUS. Against Proclus On the eternity of the world 6-8. Trad. Michael Share. Londres: Bloomsbury Academic Press, 2005.

PHILOPONUS. Against Proclus On the eternity of the world 9-11. Trad. Michael Share. Londres: Bloomsbury Academic Press, 2010.

PHILOPONUS. Against Proclus On the eternity of the world 12-18. Trad. James Wilberding. Londres: Bloomsbury Academic Press, 2006.

PROCLUS. On the eternity of the world. Ed. Bilingue. Trad. untrod. e com. De Helen S. Lang. London: University of California Press. 2001.

PROCLUS. The Elements of Theology. 2° Ed. A revised Text with translation, introduction, and commentary by E.R. Dodds. New York: Oxford, 2004.

PSEUDO-ARISTÓTELES. A teologia de Aristóteles. Trad. introd. e not. de Catarina Belo. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2010.

ANÔNIMO. Livro das Causas. Trad. e intr. de Jan G. Joseph ter Reegen. Porto Alegre: Edipucrs, 2000.

REEGEN, Jan G. J. ter. “A Metafísica da Teologia do Pseudo Aristóteles”. Em: Anales del Seminario de Historia de la Filosofía, vol. 23. Madrid, 2006. págs. 59-74,

REEGEN, Jan G. ter. "Introdução". In: PSEUDO-ARISTÓTELES. Livro das Causas. Trad. e intr. de Jan G. Joseph ter Reegen. Porto Alegre: Edipucrs, 2000.

SAB’ĪN, Ibn. Las cuestiones sicilianas. Trad. Luísa Maria Arvide. Granada: Editorial GEU, 2010.

TAYLOR, Richard (org.). Arabic Philosophy. Cambridge: Cambridge University, 2005.

TAYLOR, Richard. “The Liber de Causis: A Preliminary List of Extant MSS”. Em : Bulletin de philosophie médiévale, n.25, 1983. pp. 63-84.

TOMÁS DE AQUINO. Commentary on the Book of Causes. Trad. Vicente Gualiardo; Charles Hess e Richard Taylor. Washington: The Catholic University of America Press, 1996.

UṢAYBI’A, Ibn Abī. History of physicians. Trad. L. Kopf. Israel:National Library of Medicine, 1971. Versão Online disponível em: http://www.tertullian.org/fathers/ibn_abi_usaibia_01.htm#PREFACE. Acesso: 05 de Maio de 2020.

Downloads

Publicado

2020-08-03

Edição

Seção

Artigos