O assassino burocrata (desk murderer) e o homem subalterno: reflexões a partir do ensaio “Auschwitz em julgamento”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36517/Argumentos.31.12

Palavras-chave:

Burocracia. Hannah Arendt. Assassino burocrata. Homem Subalterno. Bernd Naumann. Auschwitz.

Resumo

As reflexões arendtianas sobre as reverberações da forma burocrática de governar ensejam duas trajetórias argumentativas distintas e, sobretudo, complementares: 1) a sua investigação como forma de dominação oriunda do imperialismo e posteriormente utilizada como o modelo de organização totalitária e dos países pós-1945; 2) o papel dos burocratas. Ambas auxiliam a compreender por que a burocracia não apenas sobreviveu à queda dos regimes totalitários, como permaneceu sendo o modelo organizacional das nações. Na interseção dessas leituras, o ensaio “Auschwitz em julgamento” apresenta dois tipos de partícipes do aparato burocrático nazista: os assassinos burocratas (desk murderes) e os homens subalternos. Em comum entre eles havia a ausência de responsabilidade pelos crimes perpetrados pelo regime e a irreflexão; porém, seu grau de participação na hierarquia e sua punibilidade nos julgamentos do pós-guerra diferiram sobremaneira. Nesses termos, o presente artigo objetiva analisar as semelhanças e diferenças existentes entre os homens subalternos e os assassinos burocratas. Para tanto, parte-se do pressuposto que compreendê-los auxilia a entender a burocracia como forma de governo que inviabiliza a liberdade pública e o livre exercício das atividades espirituais.

Biografia do Autor

Lara Rocha, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Doutoranda em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Odílio Alves Aguiar, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Graduado em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará (1985), mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1988) e doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1998). Professor efetivo concursado da Universidade Federal do Ceará desde 1987 e titular desde abril de 2015. Atua como professor dos Programas de Pós-graduação em Filosofia da UFC e UECE. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Política, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia, ética, política, violência, natureza e técnica.

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2024-01-15

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