A experiência psicológica do “Nós”: alienação, comunidade e engajamento em O Ser e o Nada
DOI:
https://doi.org/10.36517/Argumentos.31.7Palavras-chave:
Para-outro. Nós-objeto. Nós-sujeito. Existencialismo. Sartre.Resumo
O artigo trata da experiência psicológica do “Nós” desenvolvida em O Ser e o Nada (SN), e que reverbera na sociabilidade da Crítica da Razão Dialética (CRD). Problematiza-se sobre qual “Nós” se fala na condição do Ser-com. Em SN, Sartre nos mostra que o fundamento das relações humanas é o conflito, uma vez que o ser-com-o-outro é fundamentado no ser-para-outro. Reflete-se, portanto, sobre a impossibilidade das experiências psicológicas do Nós-objeto e do Nós-sujeito fundamentarem a alienação e o engajamento. Parte-se da conjuntura da coletividade serial para abordar a experiência do Nós-objeto, e a necessidade da escolha individual pelo engajamento com os outros, que pode ou não ocorrer quando acontece a experiência do Nós-sujeito. Sendo assim, quando as pessoas se reconhecem como parte de uma estrutura organizada por um terceiro e visam algo em comum, o sujeito comunitário acontece. Percebe-se que, Sartre, em SN e seus desdobramentos, nos auxilia a pensar o ser-com-outro, inclusive, em um mundo virtual do século XXI. Ao longo de sua vida e embora sem êxito, Sartre se empenhou para concretizar o Ser que idealizava às pessoas: comprometidas mutuamente na construção responsável de um campo sociomaterial “desejável para uma comunidade”, inclusive nas resoluções de conflitos.
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