Em torno da inversão do Ethos em nosso tempo, ou das ilusões axiológicas

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.36517/Argumentos.29.14

Palabras clave:

Crise. Ética. Valores. Ilusão. Percepção afetiva.

Resumen

Analisa-se a crise da ética a partir da discussão de questões centrais na fenomenologia de Scheler. Não se trata de recolocar o tema acima e recompor os seus argumentos enquanto elementos já presentes na ética material e fenomenológica do pensador, mas sim de pôr essa fenomenologia a serviço da elucidação e compreensão do sentido radical da crise. Nesse sentido, remete-se para a radicalidade da crise atual, considerando-a como um movimento histórico da modernidade, pelo qual se inverte, em base da estrutura vivencial do homem moderno, a hierarquia axiológica e deformam-se as relações originárias entre os valores, promovendo uma subversão do ethos. Para tanto, destacam-se as ilusões na percepção afetiva dos valores como sinais que reenviam para o núcleo do ethos vigente e sua atual dissolução.     

Biografía del autor/a

Daniel Rodrigues Ramos, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Graduação em Odontologia pela Universidade Federal de Uberlândia (1994), graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2000), mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Goiás (2009) e doutorado em Filosofia pela Pontificia Università Antonianum (2013). Atualmente, é professor efetivo no curso de Filosofia da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e desenvolve pesquisas na área de fenomenologia, em especial, em Husserl, Scheler e Heidegger. Publicou A questão do Ereignis em Heidegger, obra que divulga os resultados da pesquisa doutoral no pensamento tardio de Heiddeger, um dos primeiros estudos publicados no Brasil em torno dos Beiträge zur Philosophie e de outras obras correlatas pertencentes ao ciclo de obras heideggerianas em que se expõe o pensamento da história do ser.

Citas

HEIDEGGER, M. Introdução à metafísica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1999.

HEIDEGER, M. Sein und Zeit. 9ª edição. Tübingen: Max Niemeyer, 2016.

LEÃO, E. C. A crise da ética hoje em dia. In: LEÃO, E. C. Filosofia contemporânea. Teresópolis: Daimon, 2013.

NIETZSCHE, F. Götzen-Dämmerung. KSA 6. 2ª edição. München: de Gruyter, 1999.

RAMOS, D. R. Omnia habemus nihil possidentes. Percepção afetiva e valores na fenomenologia de Max Scheler. In: KAHLMEYER-MERTENS, R. S.; WEYH, K. M; KISSE, E. H S.; SILVA, M. R.; DIAS, J. (Orgs.). STUDIUM. Max Scheler: novas recepções. V. II. Vivens: Toledo, 2019. Disponível em: https://institutoquerosaber.org/acervovivens. Acesso em: 06.jul.2022.

SASSI, V. A ética em questão na pós-modernidade. Revista filosófica São Boaventura. Curitiba, v. 5, n. 1, jan./jun. 2012, p. 11-28.

SCHELER, M. Das Ressentiment im Aufbau der Moralen. In: SCHELER, M. Vom Umsturz der Werte. 6ª edição. Bonn: Bouvier, 2007a. p. 33-147.

SCHELER, M. Der Formalismus in der Ethik und die materiale Wertethik. 7ª edição. Bonn: Bouvier, 2000.

SCHELER, M. Die Idole der Selbsterkenntnis. In: SCHELER, M. Vom Umsturz der Werte. 6ª edição. Bonn: Bouvier, 2007b. p. 213-292.

SCHELER, M. Morte e sobrevivência. Lisboa: Edições 70, 2017.

SCHELER, M. Ordo amoris. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2012. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/20120726-scheler_ordo_amoris.pdf. Acesso em: 06.jul.2002.

SCHELER, M. Ordo amoris. In: SCHELER, M. Schriften aus dem Nachlaß. 4ª edição. Bonn: Bouvier, 2000c. p. 345-376.

SCHELER, M. O ressentimento na construção das morais. In: Da reviravolta dos valores. 2ª edição. Bragança Paulista: São Francisco; Petrópolis: Vozes, 2012. p. 43-182.

SCHELER, M. Philosophische Weltanschauung. In: SCHELER, M. Späte Schriften. 3ª edição. Bonn: Bouvier, 2008. p. 73-182.

SCHELER, M. Tod und Fortleben. In: SCHELER, M. Schriften aus dem Nachlaß. 4ª edição. Bonn: Bouvier, 2000b. p. 9-64.

SCHELER, M. Visão filosófica do mundo. Perspectiva: São Paulo, 1986.

SCHELER, M. Wesen und Formen der Sympathie. 6ª edição. Bonn: Bouvier, 2009.

Publicado

2023-01-01

Número

Sección

Dossiê Crise